A etnobotância é uma ciência que estuda as relações entre o homem e as plantas inseridas em ecossistemas dinâmicos. A importância de pesquisas nessa área no Brasil se justifica pela grande biodiversidade existente. Assim, o objetivo desse trabalho foi realizar um estudo etnobotânico sobre as plantas medicinais mais utilizadas por moradores dos municípios de Orós e Nova Floresta, Ceará. A pesquisa foi realizada através de entrevistas semiestruturadas com perguntas relacionadas às plantas medicinais que são utilizadas, qual a forma de utilização e de preparo e quais doenças são tratadas com as plantas. Após esse levantamento foi elaborado um quadro comparativo com informações populares e científicas das plantas. Ao todo foram entrevistadas 10 pessoas com idade entre 55 e 70 anos de ambos os sexos e aposentados. Obteve-se a indicação de nove espécies de plantas medicinais: a Aroeira (Schinus terebinthifolia), Babosa (Aloe vera (L.) Burm.f.), Batata de Purga (Operculina macrocarpa (Linn) Urb), Boldo (Coleus barbatus Benth), Macela (Achyrocline satureioides), Malva (Malva sylvestris L), Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.), Quebra Pedra (Phyllanthus niruri) e Romã (Punica granatum L.). A P.niruri foi a espécie apontada como a mais utilizada pelos entrevistados, os quais salientaram que a principal parte utilizada eram as folhas mas que também utilizavam os frutos, sementes e raízes para tratar enfermidades renais. As folhas da C. barbatus Benth são utilizadas no preparo de chás para combater os distúrbios gastrointestinais. A C. ambrosioides L foi mencionado para o tratamento de bronquite, cicatrizante e fortificante do sistema imunológico, onde suas folhas eram batidas com leite para a ingestão e a Aloe vera (L.) Burm.f. possui folhas suculentas de onde é retirado um gel que tem propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias. Dessa forma, concluiu-se que as plantas medicinais são alternativas utilizadas pela população cearense como tratamento para curar vários tipos de doenças, devido, frequentemente, a falta de acessibilidade a medicamentos e ao acesso na agricultura familiar. Logo, incentivos para pesquisas e construções de guias medicinais locais seriam ações futuras dos acadêmicos, bem como a construção de Farmácias Vivas de Fitoterápicos nos municípios.