USO DAS ESPÉCIES EXÓTICAS VEGETAIS INVASORAS COMO FERRAMENTA PARA O ENSINO DA BOTÂNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

JOSYANNE CLEMENTE CUSTÓDIO

Co-autores: ANA DARLY VIEIRA BESERRA DE MENESES, LYDIA DAYANNE MAIA PANTOJA., : LUANA LIMA GUIMARÃES. e GERMANA COSTA PAIXÃO.
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

No ensino da disciplina de Biologia a Botânica é uma área considerada de difícil compreensão pelos estudantes em decorrência de sua natureza complexa e da necessidade de memorização de terminologias e classificações, além disso, frequentemente, alunos manifestam dificuldades em compreender os processos fisiológicos de crescimento e desenvolvimento das plantas, bem como identificar suas características morfológicas e taxonômicas específicas. Essa demanda conceitual leva ao desinteresse pela disciplina e aprendizagem dificultosa. Para superar esses desafios, é importante adoção de ferramentas pedagógicas inovadoras e práticas que estimulem o aprendizado ativo nos alunos. Baseando-se nisso, objetivou-se relatar a experiência na utilização das espécies vegetais invasoras como ferramenta para o ensino da Botânica, em uma escola profissionalizante da Mesorregião do Centro-Sul Cearense. A metodologia utilizada foi descritiva, do tipo relato de experiência, na qual foram empregadas ações educativas fomentadas em uma oficina intitulada "Espécies Exóticas Vegetais Invasoras do Centro-Sul Cearense". Os participantes das ações foram estudantes do 1º ano do Ensino Médio. A oficina foi dividida em quatro etapas: 1) regência de capacitação aos discentes realizada em sala de aula virtual, por meio de vídeo chamadas grupais no aplicativo WhatsApp®; 2) produção de folder de divulgação científica contendo espécies exóticas vegetais invasoras, utilizando o aplicativo Canva®; 3) coleta de campo de amostras vegetais nos arredores da instituição escolar; 4) estande de divulgação científica realizado como culminância da Semana do Meio Ambiente. Amostras de espécies invasoras como Leucena (Leucaena leucocephala), Dendê (Elaeis guineensis), Unha-do-diabo ou Boca-de-Leão (Cryptostegia madagascariensis), Ciúme ou Hortência (Calotropis procera) e Nim (Azadirachta indica) foram coletadas e apresentadas no estande divulgação. Para a coleta de dados foram empregados registros fotográficos em portifólios de aprendizagem e observação participante. A análise dos dados foi organizada através de anotações em diários de campo e relatório. Além disso, as espécies supracitadas foram apresentadas pelos alunos em formato de roda de conversa, juntamente com o folder de divulgação científica "Espécies Vegetais Invasoras Presentes no Ceará e Região Centro-Sul". O folder continha informações sobre o que é uma espécie vegetal invasora, impactos ambientais e formas de prevenir sua disseminação. Após a conclusão das atividades, foram observadas aprendizagens expressivas em Botânica pelos alunos, incluindo a diferenciação das espécies, compreensão dos impactos ambientais, práticas de ecologia e sustentabilidade ambiental, bem como o desenvolvimento do protagonismo por meio das falas e exposições. Dessa forma, o uso das espécies exóticas vegetais invasoras flexibilizou o aprendizado pelo contato direto com o conteúdo, estimulou a identificação de problemas e soluções, além de possibilitar a exposição do pensamento crítico, reflexivo e científico. Logo, promoveu nos discentes a comunicação, aprendizagem colaborativa e ativa, relacionados diretamente à conscientização ambiental e ecológica.