VOZES DE MULHERES, NEGRAS E MÃES NA CIÊNCIA

BEATRIZ GARCIA FERREIRA DE MELO

Co-autores: LYDIA DAYANNE MAIA PANTOJA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

As mulheres, negras e mães têm desempenhado papéis cruciais no avanço da ciência, apesar dos obstáculos e desigualdades históricas que enfrentaram. Essas mulheres notáveis têm contribuído para o conhecimento científico, inspirando gerações futuras e abrindo caminhos para a diversidade e inclusão. Além disso, as mulheres pesquisadoras, negras que são mães enfrentam desafios adicionais para equilibrar suas responsabilidades familiares com a carreira científica. A falta de acesso a creches e estereótipos de gênero podem dificultar a participação plena das mulheres nessa área. No entanto, cada vez mais mulheres estão desafiando essas limitações e mostrando que é possível conciliar maternidade e carreira científica de sucesso. Diante da importância do tema, objetivou-se relatar as vozes de mulheres, negras e mães na Ciência. Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de história de vida de abordagem qualitativa. Em julho/2023, três mulheres com o perfil da pesquisa foram convidadas a responder um questionário eletrônico visando analisar os relatos de vida. A Mulher A é pedagoga com especialização em gestão escolar e neuro psicopedagogia, levava o filho de 2 anos para a pós-graduação, dormia na aula e todos lhe acolheram. A Mulher B engravidou aos 23 anos, no último período do curso de graduação em fisioterapia, já trabalhava em uma instituição de pesquisa e tinha o sonho de fazer pós-graduação logo após ter se formado, mas não concretizou, pelas demandas de ser mãe, ela só conseguiu fazer o mestrado 15 anos depois e ao terminar ingressou no doutorado, ela relata que se não tivesse tipo filho teria conseguido se dedicar mais à vida profissional. Para a Mulher C a trajetória acadêmica foi bem tranquila tanto na graduação como na pós-graduação, os filhos vieram depois da graduação e antes da pós-graduação, não sendo impedimento que ela realizasse seus objetivos. Apenas uma relatou ter sentido preconceito por colegas/professores na graduação e pós-graduação por ser mulher, mãe e negra. Uma delas afirma que ter filhos também lhe causou impedimentos em sua carreira. Solicitou-se que cada uma deixasse uma mensagem para uma recém acadêmica, a Mulher A pede que estudem, pesquisem, façam parceria com pessoas que pensam como vocês. A Mulher B afirma que ser mulher, mãe, negra, pesquisadora não é nada fácil, pois ainda se vive em uma sociedade machista onde as mulheres possuem muito mais "deveres" do que os homens. Há muito o que mudar e as chama a lutar. Por fim, a Mulher C, recomenda que não se deve considerar os comentários negativos e seguir o sonho. Com base nos relatos constata-se que não foram trajetórias fáceis e que é necessário continuar lutando pela igualdade de gênero e racial na ciência, algo fundamental para aproveitar todo o potencial humano e abordar desafios globais. É necessário um esforço coletivo para garantir que mulheres, mães e negras tenham igualdade de oportunidades na educação. A ciência se beneficia enormemente da diversidade de perspectivas e experiências, e é essencial criar um ambiente inclusivo que valorize a contribuição de todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero ou origem étnica.