Este trabalho tem por objetivo entender como os bacharéis, na Academia Cearense, pensaram o papel do Direito influenciado por ideias darwinistas e positivistas, no processo de reordenamento civilizatório em Fortaleza, durante 1896 a 1914. De acordo com a documentação histórica manuseada, foi percebido que durante as trajetórias acadêmicas e políticas desses intelectuais houve o contato com teorias científicas como o darwinismo, positivismo, liberalismo que ajudaram a pensar novas concepções acerca do Direito, vendo-o como um produto e produtor do meio social, emancipando-se da tutela de princípios metafísicos, de seu caráter universal e invariável. Neste sentido, pretende-se entender como os bacharéis, no exercício de sua escrita, começaram a fazer uma releitura das funções do Direito, adentrando nos ramos de civil, penal, constitucional, a fim de propor uma normatização e conformação do meio social que acompanhasse um processo civilizador que resultaria em uma sociedade moderna e civilizada, caracterizada e assegurada pela força da lei. As principais fontes históricas manuseadas foram a Revista da Academia Cearense, a qual foi amplamente divulgada em diferentes instituições de saber da época e o "Diccionario Bio-Bibliographico" de Guilherme Studart.