Ao reinterpretar e ressignificar as memórias de ex-militantes do movimento estudantil universitário cearense, da primeira década do Diretório Central dos Estudantes(DCE) da Universidade do Ceará, percorremos um interessante caminho de reflexões acerca das formas de constituição da memória coletiva, a partir das representações criadas pelas memórias dos entrevistados. Estas representações confluíram, em grande parte, para o que denominamos de dimensões mnemônicas, nesse sentido, estas são memórias que se intercruzam em um passado vivenciado coletivamente e que nos trazem elementos que ajudam a perceber novos ângulos da história do movimento estudantil. O presente trabalho apresentará reflexões que dizem respeito ao conceito de memória coletiva, buscando compreender de que forma é possível identificar as relações conceituais entremeadas na experiência prática da pesquisa com as memórias dos ex-militantes. Para isso, fundamentamos nossas reflexões ao dialogar com os trabalhos de Halbwachs(1990), Fentress e Wickham(1992), numa perspectiva sociológica da memória, em paralelo também intercambiamos pensamentos com autores da psicologia da memória, como Brewer(1988), Eich e Metcalfe(1989). Esses diálogos foram relacionados com nossas percepções sobre às entrevistas realizadas na pesquisa sobre o Movimento Estudantil Universitário Cearense e a formação das dimensões mnemônicas.