O “POPULAR” NAS POLÍTICAS CULTURAIS. O CERES E A INSERÇÃO DO CEARÁ NOS DEBATES SOBRE OS NOVOS USOS DA “CULTURA POPULAR”

ANA AMÉLIA RODRIGUES DE OLIVEIRA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Eixo temático: Entre-Lugares: História, Cultura e Artes. 

A partir do século XIX os intelectuais que se dedicaram aos estudos sobre o folclore idealizaram a produção popular imobilizando-a numa temporalidade e espacialidade que a deixaram deslocada do mundo no qual estava inserida, sempre associada ao aspecto da tradição. No entanto, algumas transformações ocorridas em meados do século XX modificaram os sentidos atribuídos à cultura popular, que passou a ser significada não apenas a partir da perspectiva simbólica, mas também política e material, associando a ela novas temporalidades. O presente trabalho analisa como se deu o processo de inclusão das manifestações populares nos projetos de políticas públicas para a área da cultura, algo que se dá em meados dos anos 1970. Mesmo tendo sido uma meta desde o início do regime militar em 1964, apenas em 1975, o governo conseguiu implantar a Política Nacional de Cultura, primeiro plano oficial com condições de nortear a presença do governo no setor cultural. Nesse mesmo período, discutia-se no Brasil as possibilidades de conciliar o patrimônio cultural com o desenvolvimento econômico do país, debate que ganhou maior expressividade com o surgimento do Centro Nacional de Referência Cultural, que possibilitou a revisão do conceito de patrimônio. Pela primeira vez, a cultura popular passou a ser alvo de interesse das políticas culturais do Estado. Nosso intuito é compreender como o Governo Estadual do Ceará incorporou às suas políticas de cultura as novas discussões sobre patrimônio e cultura popular que se davam a nível nacional.