Desdobramentos da crise militar de 1831 na província do Ceará.
José Airton Ferreira da Costa Júnior
Simpósio temático: Mundos do Trabalho: Classe, Cultura e Trabalho na História.
Este trabalho tem por objetivo analisar como a crise na estrutura militar do Império do Brasil, ocorrida em 1831, afetou de diferentes formas os sujeitos históricos pertencentes a essa categoria social, especialmente no que diz respeito à província do Ceará. Para a realização de tal intento procurar-se-á, primeiramente, compreender qual era o significado e a historicidade da categoria "militar" nesse período. Nesse sentido, busca-se entender aqueles indivíduos enquanto trabalhadores, posto que grande parte das pesquisas historiográficas brasileiras não aborda a questão do "ofício das armas". Após essas primeiras discussões, tencionamos apresentar o contexto histórico no qual se desenvolveu a sobretida crise militar, no intuito de problematizar quais eram as motivações pelas quais os militares do período acabaram entrando em conflito com aqueles que estavam à frente do Estado imperial, bem como a reação destes últimos em tentar lidar com essa situação, como, por exemplo, as demissões e a criminalização dos envolvidos nos episódios de contestação à Regência. As fontes utilizadas para esse propósito dividiram-se entre aquelas que diziam respeito ao Império como um todo e aquelas exclusivas ao Ceará oitocentista. Em relação ao primeiro grupo foram consultadas as seguintes: relatórios dos ministérios da Justiça e da Guerra referentes ao período que compreende os anos de 1830 até 1832; Legislação Imperial. Já as do segundo grupo destacam-se as seguintes: Ofícios da presidência da província do Ceará as autoridades militares; Ofícios da Presidência da província aos Comandantes das Armas, Comandantes Militares e Comandantes de Destacamento; Correspondências recebidas pelo Ministério da Guerra; Correspondências expedidas pela presidência da província.
Palavras-chave: Militares; Regência; Trabalhadores.