NASCIDO PARA UMA NOVA VIDA - A SANTIDADE POPULAR DO MENINO PERDIDO NAS LOCALIDADES DE NOVA VIDA E BOÁGUA

WALTER FERREIRA REBOUÇAS

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

NASCIDO PARA UMA NOVA VIDA - A SANTIDADE POPULAR DO MENINO PERDIDO NAS LOCALIDADES DE NOVA VIDA E BOÁGUA

Walter Ferreira Rebouças

Licenciado em História pela Universidade Estácio de Sá. Email: walterfr@gmail.com

 

Nascido para uma nova vida: A santidade do menino perdido nas localidades de Nova Vida e Boágua é uma pesquisa que tem como objetivo estudar as formas, os gestos, as narrativas, as práticas populares que se relacionam com a morte e devoção a Francisco Soares Do Nascimento, uma criança que morreu em 21 de setembro de 1950, na localidade de Boágua, município de Morada Nova e sepultado em Nova Vida, cidade de Ibaretama, Ceará. Uma criança com receio de ser repreendida após quebrar por acidente a mamadeira do irmão, fugiu pela mata virgem sendo encontrado por populares morto. Propõe-se cruzar os fatos da morte de Francisco não seguindo uma ordem cronológica dos acontecimentos.  Busca-se, nas práticas aquilo que dá sentido à história de devoção e de como surge o culto e sua sacralização. Investiga-se, no presente, o que alude ao passado, (re) significando-o. Para compreender o culto ao Anjo Perdido foi necessário ter uma aproximação com a relação dos entrevistados com a morte, os mortos, os sonhos, as promessas e devoções, com o cemitério, com o mundo visível, e invisível. Um estudo possibilitado pelas entrevistas, pelos ex-votos, pelas procissões e missas. O objetivo deste trabalho é apresentar a problemática acerca da estruturação do rito envolvendo o Anjo Perdido através das construções da memória coletiva da comunidade e em particular de alguns de seus adeptos através das formas, gestos e narrativas. A importância do seu culto para as comunidades de Nova Vida e de Boágua. Também terá enfoque como a construção de sua liturgia própria se desenvolve através da comunidade, em qual momento a Igreja Católica participa do culto e como se dá a disputa por trás da nomenclatura oficial da divindade sertaneja. Para alcançar esse objetivo foi feita a opção metodológica pela História Oral  pois encontrarmos vivos bom número de pessoas que viveram no tempo do desaparecimento do Menino Perdido, e a sucessão de fatos a partir daí como relatos das graças alcançadas e da construção dos espaços físicos utilizados pela comunidade para seus ritos. Como posto por Pierre Nora (1993. p.14.) "Tudo o que é chamado hoje de memória não é, portanto, memória, mas já história."

Simpósio Temático pretendido: História, Memória e Oralidade; Prof. Dr. Gisafran Jucá