O presente trabalho busca analisar o movimento legionário cearense fundado por Severino Sombra, sua aproximação com o Integralismo e por conseguinte os elementos teóricos que os aproximam do fascismo. A Legião Cearense do Trabalho (LCT) se propunha a oferecer uma terceira opção política aos trabalhadores brasileiros (existia a pretensão da criação da Legião Brasileira do Trabalho) que se afastava do liberalismo e do comunismo, sendo este último, na ótica do legionário, um desdobramento do primeiro e ambos frutos de uma concepção individualista de sociedade forjada ainda no contexto da Renascença. Tendo como importantes elementos o corporativismo, o antiliberalismo, o anticomunismo, o nacionalismo, o intervencionismo estatal, a concórdia entre as classes, a construção de uma Pátria Nova com inspiração num modelo cooperativista medieval, Severino Sombra através da LCT se propunha a tutelar o operariado e oferecer melhores condições de vida aos trabalhadores. Sombra peregrinou por diversas entidades de trabalhadores no Ceará, pregando seu ideal legionário e recebeu adesões da grande maioria dessas associações. A LCT chegou a congregar 20 mil trabalhadores de 71 associações, antecipando as organizações trabalhistas no Brasil. Em 1932 aderiu ao Integralismo, movimento de direita de vertente fascista dirigida por Plínio Salgado, que teve no Brasil mais de meio milhão de afiliados.