A AUTORIA FEMININA NO TEXTO LITERÁRIO: LOURDES RAMALHO, UMA DRAMATURGA NORDESTINA FORA DA ESTANTE NACIONAL

JOÃO DANTAS FILHO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

A AUTORIA FEMININA NO TEXTO LITERÁRIO: LOURDES RAMALHO, UMA DRAMATURGA NORDESTINA FORA DA ESTANTE NACIONAL

 

 

João Dantas Filho

joaodantas.net@hotmail.com

Eixo Temático: Entre-Lugares: História, Cultura e Artes. 

 

 

Refere-se à pesquisa de doutorado que está sendo desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Artes da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, intitulada - As Velhas, de Lourdes Ramalho, dramaturgia e dramaturga fora do Cânone - com orientação do professor Dr. Antonio Barreto Hildebrando. Nessa investigação abordamos que no século XX, após a Segunda Guerra mundial, travou-se um debate em torno do cânone literário a partir de valores transcendentes das obras e dos questionamentos direcionados aos conceitos de "obra esteticamente aceitável". Nesse processo, o feminismo ocupou papel importante no sentido de discutir a razão da presença inexpressiva de obras escritas por mulheres. Atualmente esse cânone ainda é marcado pela presença, em sua maioria, de autores masculinos e a ausência de obras importantes, de autoria feminina, não-canônicas, preservando assim o domínio masculino nos espaços literários e culturais. Mencionamos também que, a partir do final da década de 1930 surgiram nomes na dramaturgia brasileira de autoria feminina como, Maria Jacintha, Clô Prado, Raquel de Queiroz e Edy Lima. Nos anos de 1960, apareceram Leilah Assunção, Consuelo de Castro e Isabel Câmara. Na década seguinte, Renata Pallottini, Hilda Hilst, entre outras. Enquanto isso, na Paraíba, também na década de setenta surge Lourdes Ramalho, autora do texto teatral As Velhas, escrito em 1975, encenado por diretores teatrais como Moncho Rodriguez, Duílio Cunha, além de outros. Essa dramaturga já escreveu mais de cem textos teatrais e mesmo sendo colocada nesse contexto, junto a nomes famosos, ainda não é reconhecida nacionalmente. Em sua obra dramatúrgica encontramos tragédias, comédias, farsas, além de um repertório infanto-juvenil. São textos escritos em prosa ou versos, construídos por uma voz autoral comprometida com questões sociais específicas, ligadas às histórias e tradições nordestinas, não deixando de constituir diálogos a partir de temas que vão além da conjuntura local. Atualmente Lourdes Ramalho encontra-se com noventa e três anos, apesar da saúde debilitada, ela ainda continua produzindo textos para o teatro.

 

Palavras-chave: As Velhas; Lourdes Ramalho; dramaturgia nordestina