O PASSADO PARA ALÉM DA HISTÓRIOGRAFIA: ELIO GASPARI E A DITADURA MIDIATIZADA

MARCOS MANOEL SILVA SEVERIANO

Co-autores: MARCOS MANOEL SILVA SEVERIANO e SÔNIA MARIA DE MENESES SILVA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

O PASSADO PARA ALÉM DA HISTÓRIOGRAFIA: ELIO GASPARI E A DITADURA MIDIATIZADA.

Marcos Manoel Silva Severiano[1]

(marcos.severiano@bol.com.br)

Sônia Maria de Meneses Silva[2]

(sonia.meneses@gmail.com)

Eixo temático: História, Memória e Oralidade

 

A ditadura militar brasileira é um dos principais acontecimentos no cenário nacional do século XX e sua apropriação por diversos meios reverbera na construção de uma memória sobre os acontecimentos do período. Uma das apropriações mais significativas é a realizada pelo Jornalista Elio Gaspari, da Folha de São Paulo.

O jornalista de origem italiana, construiu desde cedo carreira no meio jornalístico, passando por grandes veículos nacionais, como a revista VEJA e o jornal Estado de São Paulo, mas é dentro do Grupo Folha que vai começar a se destacar, a ponto de receber uma bolsa para o Wilson Center for International Scholars, onde pretendia pesquisar sobre a relação de Geisel e Golbery. Abandonando a bolsa, ele retorna para o Brasil onde envereda pela escrita de seus quatro volumes: A Ditadura Envergonhada, A Ditadura Escancarada, A Ditadura Derrotada e A Ditadura Encurralada.

Antes da construção da narrativa do jornalista Elio Gaspari ser sistematizada e publicada em quatro volumes, a preparação deste acontecimento já havia se dado por parte do Jornal Folha de São Paulo. Esta elaboração da narrativa do jornal serviu de base para o projeto de Gaspari e influenciou-o.

Nas 'Ditaduras', Gaspari executa uma escrita do passado sob uma óptica diferenciada. Não é simplesmente construir narrativas para um jornal, mas sim, construir uma obra que tenta ser narrativa da verdade, tornando-se referencia sobre o assunto.

Para problematizarmos esta escrita partirmos do conceito de operação midiográfica elaborado pela Profª Drª Sônia Meneses, em sua tese de doutorado, para discutirmos os processos pelo qual se produzem os acontecimentos na mídia; e do conceito de operação historiográfica de Certeau para compreendermos o oficio do historiador e suas relações com a sociedade.

A narrativa de Gaspari, mesmo construída fora dos círculos de historiadores, possui uma composição que nos permite observa a utilização de um conceito de história, regime de historicidade e trato com as fontes, elementos básicos na construção do próprio saber historiográfico.

 

 

 

 


[1] Graduando em História pela Universidade Regional do Cariri e bolsista do CNPQ com o projeto A Ditadura Midiatizada: Élio Gaspari e a Escrita do Passado Entre o Jornalismo e a História.

[2] Professora Doutora do departamento de História da URCA, coordenadora do Laboratório de História, Imagem e Memória - LABHIM e do Centro de Documentação do Cariri - CEDOC / URCA.