AVALIAÇÃO E MENSURAÇÃO DA DOR PELOS ENFERMEIROS NA ATENÇÃO EM SAÚDE
Karolyny Dias Gomes 1
Ana Paula Pessoa da Silva 2
Antonia Gabriela Lima Ferreira da Silva 3
Thaynnara Gomes Ferreira4
Ynara Beatriz Holanda Marques5
Orientadora: Ana Claudia de Souza Leite6
Eixo 8: Tecnologias no Cuidado em Saúde
INTRODUÇÃO: A dor é capaz de comprometer, muitas vezes, as atividades diárias do ser humano e trazer mudanças prejudiciais à sua saúde, alterando a sua qualidade de vida. É definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor como "experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial dos tecidos".Portanto, a dor tem caráter subjetivo e na sua avaliação deve-se levar sempre em conta o que o indivíduo relata quanto o padrão, a intensidade, fatores agravantes e atenuantes e a natureza da mesma.Assim, a dor por ser mensurada e avaliada se encaixa na teoria de Merhy (1999) em que esse processo de avaliação se encaixa nas tecnologias leves.Se levada em consideração como o 5º Sinal Vital, assim como é descrita pela Agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e a Sociedade Americana de Dor. Por ser subjetiva, a dor não possui um instrumento padrão para ser mensurada. A dor é um fenômeno de múltiplas dimensões, dessa forma deve ser avaliada e observada em todos os seus aspectos: fisiológico, afetivo, cognitivo, comportamental e sociocultural. É um sinal de alerta de que algo no organismo não está bem, logo a mesma deve ser analisada e mensurada, pois as intervenções para o alívio da dor e outras medidas que proporcionem o conforto e bem-estar do sujeito fazem parte do cuidado.A dor pode causar prejuízos para quem a sente e para quem acompanha o indivíduo acometido. Não estando este livre de ser possivelmente afetado pela dor, em sua subjetividade, por presenciar o sofrimento e a aflição do outro.
OBJETIVO
Identificar os métodos de avaliação e mensuração da dor pelos enfermeiros na assistência em saúde.
METODOLOGIA
A pesquisa consiste em uma revisão integrativa de caráter descritivo exploratório, realizada no período de Março a Abril de 2018, utilizando da análise de artigos datados de 2013-2018. A busca de dados foi no portal regional da BVS, realizada utilizando os descritores: Dor, Enfermagem e Família, se utilizando do operador boleano "and", critérios de inclusão: artigos datados de 2013-2018, em português, com texto completo. Foram excluídas teses, dissertações e monografias, além de textos incompletos. Ao todo foram encontrados 16 artigos. A partir disso, os artigos foram baixados em PDF e anexados no programa NVIVO, onde foram analisadas quais as palavras mais frequente em cada artigo e assim, feita a classificação em duas categorias: Cuidados com a dor na atenção primária, manejo da dor nos cuidados paliativos em pacientes hospitalizados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: CUIDADOS COM A DOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: A procura pelo atendimento predominantemente é o tratamento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, a dor vem em segundo lugar como maior motivo para procura de atendimento. Quem está a frente do processo de acolhimento desse paciente sãos enfermeiros que por meio da consulta de enfermagem buscam entender o que pode provocar a dor daquele indivíduo. Segundo Barros (2013), a dor lombar possui uma relação com a infecção do trato urinário em mulheres grávidas, direcionando assim, a importância do enfermeiro em orientar o paciente sobre a relação da dor com a infecção, além disso, o profissional deve realizar a avaliação do nível de dor se utilizando de escalas de dor para direcionar o cuidado e orientar o atendimento médico. Também Busotti e Pedreira (2013), afirmam a importância da avaliação da dor em pacientes pediátricos com paralisia cerebral, pois os mesmos possuem dificuldade de expressar o seu desconforto, assim o profissional de enfermagem deve se utilizar de alguns métodos de avaliação: Paediatric pain Profile, Escala Visual Analógica de Faces ( Wong Baker), Escala Analógica Visual( Williamson) , FLACC( Face, Legs, Activity, Cry and Consolabily), além disso o uso de métodos não farmacológicos que auxiliam no alívio de da dor crônica, como mobilização física, acumpultura e música. Outra vertente da atenção primária em que pode ser abordada a temática da dor é o tratamento de usuários de drogas, Pedrosa (2016) explica que a dependência em crack gerou perdas significativas na vida dos usuários e que a "dor do prazer" é associada com hiperatividade, personalidade antissocial e déficit de atenção e dependência a outras drogas, como álcool, cigarros, anfetaminas e maconha.. MANEJO DA DOR NOS CUIDADOS PALIATIVOS EM PACIENTES HOSPITALIZADOS: Os cuidados prestados irão além do que apenas assistir ao paciente doente, é fundamental que a equipe multiprofissional dê assistência também a família desse paciente, ajudando com a aceitação dos sentimentos de perda, luto, morte.Além disso, é fundamental entender o paciente de forma holística, levando em consideração seus aspectos biopsicossocial e espiritual, e não apenas sua dor física. Quando há diagnósticos de doenças potencialmente fatais em um membro familiar, abala as estruturas desta rede, afetando a qualidade de vida da família, na qual caminha sofrendo em todos os processos de cura ou morte juntamente do paciente. Os principais métodos usados para o alívio da dor relatados são os farmacológicos, tornando o cuidado mais mecanicista, porém os enfermeiros devem compreender acolher e proteger esses pacientes e suas famílias, analisando seus aspectos biopsicossociais em relação ao processo patológico, devendo-se montar um vínculo de confiança entre o profissional enfermeiro, o paciente e a família, pois este possui maior contato com estes em relação aos outros profissionais; aliviando assim a dor e o sofrimento, pela sobrecarga e por muitos se sentem incapazes por não possuírem o poder de mudar o estado de saúde do ente querido.
CONCLUSÃO: Dessa forma, podemos concluir que o profissional de enfermagem procura entender o processo de dor do paciente, o que isso afeta na sua vida e quais a sua relação com outras patologias. Além disso, pode-se observar que o processo de avaliação e mensuração da dor está presente desde a atenção primária até os cuidados paliativos com o paciente. Também é de importância a avaliação da dor não somente em relação ao paciente, mas também em relação a família que participa do processo de sofrimento do ente querido, nessa perspectiva seria importante mais pesquisas na área de estudo da dor familiar.
REFERÊNCIAS
BARROS,S.R.A.F. Infecção urinária na gestação e sua correlação com a dor lombar versus intervenções de enfermagem. Rev Dor. v.14, n.2, p.88-93.abr-jun Sao Paulo, 2013.
BUSSOTTI, E. A; PEDREIRA, M.L. G. Dor em crianças com paralisia cerebral e implicações na prática e pesquisa em enfermagem:revisão integrativa. Rev Dor.v.14,n.2, p.142-6, abr-jun São Paulo, 2013.
LEWIS, S. L. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica: Avaliação e Assistência dos Problemas Clínicos. Tradução de Maiza Ritomy Ide. 8 ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2013.
MERHY, E. E. O ato de governar as tensões constitutivas do agir em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciência & Saúde Coletiva, v.4,n.2, p.305-314, 1999.
PEDROSA, S.M, et al. A trajetória da dependência do crack: percepções de pessoas em tratamento. Rev Bras Enferm .v.69,n.5,p.956-63, set-out, 2016.
Sociedade Brasileira Para o Estudo da Dor, 5° Sinal Vital. Disponível em: <http://www.sbed.org.br/materias.php?cd_secao=65>. Acesso em 15 de abril de 2018.