USO DO PICC NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL

AMANDA TEODÓZIO RIBEIRO

Co-autores: ANA VALESKA SIEBRA E SILVA, MAYNARA JOYCE TORRES DE ANDRADE e SARAH VIEIRA FIGUEIREDO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

USO DO PICC NA HOSPITALIZAÇÃO INFANTIL

INTRODUÇÃO

            A hospitalização refere-se ao período de permanência em um hospital para tratamento e reabilitação devido a uma situação de adoecimento. Na hospitalização pediátrica estão envolvidos muitos fatores que podem gerar insegurança e medo, como o contato com os profissionais de saúde e os procedimentos dolorosos.

A internação mostra-se como um dos principais estressores aos quais a criança vivencia (FARIAS et al, 2017). Além do transtorno que o adoecimento traz por seus sintomas e desconforto, a hospitalização e os procedimentos envolvidos para o tratamento podem gerar esse estresse infantil. A Terapia Intravenosa (TIV) é um exemplo de técnica de enfermagem rotineira dentro de um hospital.

A TIV, que é realizada através de uma punção venosa, é tida como um recurso terapêutico para administração de medicamentos e outras substâncias parenterais no sistema circulatório. "Em pediatria, a instalação de cateteres intravenosos representa o procedimento invasivo mais realizado durante a hospitalização de crianças" (JACINTO et al, 2014, p. 221).

Um dos procedimentos que causam dor é a punção venosa, de acordo com as circunstâncias, a criança pode ser submetida a mais de uma punção por dia. Têm-se um elevado número de punções venosas durante a internação, pela reduzida permanência dos acessos periféricos (JANTSCH et al, 2014). Atualmente tem-se muitos recursos tecnológicos para melhorar o uso de TIV na pediatria, um exemplo é o Cateter Venoso Central de Inserção Periférica (PICC).

Esse cateter é indicado para terapia farmacológica com duração maior que seis dias e através do uso desse dispositivo tem-se menos riscos de complicações em comparação ao acesso venoso periférico. O PICC tem sido recomendado para pacientes que requerem terapia vascular por um período prolongado (SANTOS et al, 2016). Seu uso traz muitos benefícios para o período de internação, para a recuperação da criança e para o cuidado de enfermagem.

OBJETIVO

            Descrever os principais aspectos e benefícios envolvidos no uso do PICC durante a hospitalização infantil.

METODOLOGIA

            Trata-se de um estudo de revisão integrativa, realizada em abril de 2018. Para a busca dos trabalhos os critérios de inclusão foram: pesquisas disponibilizadas em textos completos, no idioma português e inglês, publicados no período de 2014 a 2017. Os critérios de exclusão foram: dissertações, teses e monografias. Para a busca dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: intravenosa, criança e internação.

            Foram selecionados oito artigos para serem inclusos nesse estudo, sendo encontrados nas bases de dados Scielo e na Periódicos UFPE. A análise dos dados se deu através da leitura minuciosa dos artigos, buscando obter as informações mais importantes que eles abordam em relação ao uso do PICC na hospitalização infantil.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

            A hospitalização pode representar um marco para a infância de uma criança, pois trata-se de uma experiência em um ambiente novo, onde ela passará um tempo longe de seu convívio habitual. Durante a internação situações de desconforto físico, dor e manipulação por desconhecidos podem afligir emocionalmente a criança (SANTOS et al, 2016).

Há muitas meios que podem aliviar o estresse durante uma fase de internamento. Um deles é fazer com que haja conforto físico e emocional para a criança no processo de hospitalização (GONÇALVES et al, 2017). É importante que o profissional enfermeiro busque maneiras de minimizar o sofrimento infantil possível durante um período de internação, sendo a utilização do PICC uma forma eficaz.

O uso do PICC na pediatria é muito relevante por suas vantagens frente ao uso de cateteres venosos periféricos. O PICC é um cateter venoso central de inserção periférica de longa permanência, evitando assim a necessidade de muitas punções venosas para realização do tratamento a criança. Algumas das principais vantagens do PICC são: pode ser inserido à beira do leito, seu maior tempo de permanência, menor risco de contaminação e redução do desconforto do paciente por evitar a necessidade de múltiplas punções venosas (SANTO et al, 2017).

O PICC torna-se assim um cateter de escolha para indicado para pacientes em uso de TIV com drogas vasoativas, nutrição parenteral prolongada e antibioticoterapia entre outras. "O cateter central de inserção periférica é uma opção de acesso venoso central amplamente utilizada" (COSTA et al, 2016).

Questões como a implantação no leito sem a necessidade de deslocamento ao centro cirúrgico, o menor risco de complicações comuns dos acessos venosos periféricos, como infiltração, flebite e extravasamento, e a diminuição de procedimentos dolorosos são benefícios para a condição emocional da criança hospitalizada, proporcionando assim melhor enfrentamento da situação de adoecimento e internação.

O profissional enfermeiro possui importante papel no cuidado à criança podendo minimizar os efeitos negativos envolvidos na internação, como o medo da lesão corporal e separação do seu convívio familiar (FARIAS et al, 2017). Com o uso do PICC a assistência de enfermagem é facilitada por expor menos o indivíduo a situações de dor e medo. O enfermeiro capacitado para implantação do PICC e preparado para oferecer apoio emocional para a criança, pode ofertar um cuidado de muita qualidade diante de uma situação de hospitalização infantil.

 

CONCLUSÃO

            Através dos estudos encontrados para a realização desse trabalho, é possível concluir que o uso do PICC na pediatria tem muitos benefícios quando comprado aos cateteres venosos periféricos. Sendo a hospitalização uma situação de desconforto e insegurança para a criança, medidas que reduzam procedimentos dolorosos e o risco de complicações contribuem para o bem estar emocional dessa.

O enfermeiro tem um importante papel no cuidado de pacientes em internação, podendo assim conceder apoio emocional e segurança para crianças hospitalizadas, a fim de ajudar no tratamento e recuperação das mesmas. O uso do PICC em pacientes que necessitam de TIV prolongada é uma forma de promover uma terapia eficaz e mais confortável para a criança, tornando o processo de hospitalização infantil menos estressante facilitando a assistência de enfermagem.

 

REFERÊNCIAS

COSTA, P. et al. Fatores de risco para infecção de corrente sanguínea associada ao cateter central de inserção periférica em neonatos. Acta Paul Enferm., v. 29, n. 2,  2016.

FARIAS, D.D. et al. A hospitalização na perspectiva da criança: uma revisão integrativa. Rev enferm UFPE online, n. 11, v. 2, fev., 2017.

GONÇALVES, K.G. et al. Criança hospitalizada e equipe de enfermagem: opinião de acompanhantes. Rev enferm UFPE online., v. 11, n. 6, 2017.

JACINTO, A.K.L. et al. Flebite associada a cateteres intravenosos periféricos em crianças: estudo de fatores predisponentes. Esc Anna Nery Rev de Enfermagem, v. 18, n. 2, abr./jun., 2014.

JANTSCH, L.B. et al. Utilização do cateter central de inserção periférica em neonatologia. Revista Baiana de Enfermagem, v.28, n.3, 2014.

SANTO, M.K. et al. Cateteres venosos centrais de inserção periférica: alternativa ou primeira escolha em acesso vascular? J Vasc Bras., v. 16, n. 2, 2017.

SANTOS, P.M. et al. Os cuidados de enfermagem na percepção da criança hospitalizada. Rev. Bras. Enfermagem, v. 69, n. 4, 2016.

SANTOS, S.C.A. et al. Enovelamento do fio guia em cateter central de inserção periférica (PICC): rara complicação. Rev. SOBECC, v. 21, n. 2, 2016.