CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

MAÍRA MARIA LEITE DE FREITAS

Co-autores: LETÍCIA MACHADO DE SOUSA, CAMILA BARROSO MARTINS, JULIANA SILVA DE FARIAS, JOSCILADIA DA SILVA SANTANA e ANTONIO DEAN BARBOSA MARQUES
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

INTRODUÇÃO

A adolescência é marcada por diversas transformações biológicas, psicológicas, sociais e culturais, sendo considerados adolescente pessoas entre 10 e 19 anos de idade, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (2017). Os adolescentes e jovens representam mais de 20% de toda a população brasileira (IBGE, 2011). Os dados demostram a relevância demográfica deste grupo e revelam a necessidade de discutir e criar políticas públicas que atendam às diferentes demandas e focalizem os processos de vulnerabilização a que esta população pode ser exposta (SANTOS; RESSEL, 2013; OLIVEIRA; LYRA, 2010). Este é um período em que se esperam várias indagações e questionamentos por parte do adolescente, devido as inúmeras mudanças que estão ocorrendo em diversos âmbitos de sua vida. Dentro dessa perspectiva, o enfermeiro exerce papel importante na criação de estratégias para orienta-los diante de tais questionamentos.

OBJETIVO

Descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem na aplicação da sistematização da assistência em enfermagem na consulta com adolescente.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado a partir de uma consulta de enfermagem a um adolescente durante o mês de novembro de 2017, estudante do Ensino Médio de uma escola estadual de Fortaleza - CE. A consulta foi realizada em espaço individual, e desenvolvida em duas etapas. Na primeira etapa foi feita a coleta de dados do adolescente e verificados os sinais vitais: pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e temperatura. Além de dados antropométricos como peso, altura e IMC. Na segunda etapa foram abordadas as queixas principais relatadas pelo adolescente. A partir dos dados coletados, tornou-se possível traçar os diagnósticos de Enfermagem, utilizando NANDA-I e elaborar as intervenções e resultados esperados, utilizando a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) e da Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Foram respeitados todos os aspectos éticos e legais relacionados a pesquisa com seres humanos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Adolescente, 16 anos, sexo masculino, considera-se do gênero masculino, católico, estudante, cursando o primeiro ano do ensino médio em período integral. Relata não ter antecedentes familiares de doenças crônicas não transmissíveis. Não possui antecedentes pessoais de internação hospitalar. Nega alergias. Afirma não ter calendário vacinal em dias. Relata não possuir alimentação saudável, não cumprindo dieta alimentar balanceada, realizando apenas de duas a três refeições diárias. Faz ingestão hídrica de aproximadamente um litros de agua por dia. Não realiza atividade física. Não realiza consultas periódicas ao dentista, e raramente procura a unidade básica de saúde para avaliações de rotina. O adolescente relata ter boa relação com os pais e não ter boa relação com seu irmão que segundo ele é usuário de drogas. Afirma já ter confrontado o irmão utilizando de arma branca para ameaçá-lo, não chegando a agredi-lo e por conta da frequência de confrontos os seus pais já não interferem mais nas brigas. Sinais vitais dentro dos parâmetros de normalidade para idade. Diante dos dados obtidos, foram elencados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, relacionado a ingestão alimentar insuficiente, caracterizada por ingestão de alimentos menor que a PDR (Porção Diária Recomendada), informações erradas. Processos familiares disfuncionais, relacionado a estratégias ineficazes de enfrentamento, abuso de substancias, caracterizado por deterioração nos relacionamentos familiares, abuso de substancias, dinâmicas familiares perturbadas. A partir desses achados foi elaborado um planejamento de enfermagem com as seguintes intervenções: monitoração nutricional; assistência no autocuidado: auto alimentação e planejamento da dieta. Aumento da socialização e promoção da integridade familiar; melhora do enfrentamento dos problemas familiares; promoção da construção de vinculo para resolução de problemas; O resultados esperados são: Ingestão apropriada de alimentos e esclarecimento da importância de boa nutrição. Aumento da relação interpessoal familiar; resolução dos problemas familiares em conjunto. Esse momento proporcionou as acadêmicas de enfermagem a participação ativa em um ambiente extra-hospitalar, sendo possível aplicação da consulta de enfermagem ao público adolescente no ambiente escolar, assim como a importância da assistência de enfermagem a esse público.

CONCLUSÃO

O estudo foi permitiu realizar a implementação da consulta de enfermagem centrada nas respostas humanas do adolescente, tendo em vista que essa é uma fase de mudanças e de muitas dúvidas, que necessita de maior atenção por parte dos profissionais de saúde.Percebe-se que os adolescentes necessitam de estratégias de saúde voltadas a eles, e que por serem um público que não apresenta índices de adoecimento expressivo são de certa forma esquecidos pelos profissionais de saúde, o que os deixa cada vez mais vulneráveis. Estratégias de saúde no ambiente escolar podem ser eficazes, haja vista que a escola representa local ideal para a discussão dessas temáticas, pois este desempenha grande influência na construção da personalidade do adolescente e nesse contexto o enfermeiro pode intervir com práticas orientadoras e construtoras de conhecimento.