CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

LETÍCIA MACHADO DE SOUSA

Co-autores: MAÍRA MARIA LEITE DE FREITAS, LUANA EUZEBIO COSTA, MÁRCIA GOMES DE FRANÇA, SILVAN ALCANTARA DA SILVA e ANTONIO DEAN BARBOSA MARQUES
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

INTRODUÇÃO

Destaca-se na transição epidemiológica, o aumento da expectativa de vida. As pessoas estão vivendo mais, entretanto, o processo de envelhecimento humano vem acompanhado por doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas o Acidente Vascular Encefálico (AVE), que é uma das principais complicações que atingem idosos em todo mundo (MORAIS et al., 2012).

O AVE, também conhecido popularmente como Derrame Cerebral é considerado como sendo a segunda causa de morbimortalidade no Brasil e no mundo, atingindo principalmente adultos de meia idade e idosos, caracterizando-se como grave problema de saúde. Estima-se que uma em cada seis pessoas terá um AVE na vida (CANUTO; OLIVEIRA; ARAÚJO, 2016).

Segundo Lima et al., (2016), o AVE é uma anormalidade funcional do Sistema Nervoso Central (SNC) decorrente da diminuição ou interrupção do fluxo sanguíneo cerebral. Apresenta-se de duas formas: AVE Trombótico em que há oclusão de algum vaso sanguíneo, ocasionando isquemia cerebral e levando as células a hipóxia. Já o AVE hemorrágico é decorrente do rompimento de algum vaso sanguíneo, gerando hemorragia cerebral.

As manifestações clinicas do AVE dependem da localização e extensão da lesão. Dentre as manifestações mais comuns estão à perda motora e sensorial, hemiplegia ou hemiparesia, disartria, diplopia, déficits cognitivos e emocionais, além de cefaleia e alteração dos níveis pressóricos (MEDONÇA; LIMA; OLIVEIRA, 2012).

De acordo com Canuto; Oliveira; Araújo (2016), alguns fatores de risco são: Idade avançada, aterosclerose, tabagismo, antecedentes familiares de AVE, sedentarismo, obesidade e dislipidemias. Entretanto os principais fatores de risco são duas grandes doenças de base: o diabetes Mellitus e a hipertensão arterial sistêmica que é o principal fator de risco modificável para o desenvolvimento do acidente cerebral. 

OBJETIVO

Relatar a experiência de discentes de enfermagem na execução da sistematização da assistência de enfermagem a um paciente com Acidente Vascular Encefálico. 

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência realizado durante o mês de novembro de 2017 em um hospital de atenção secundária na cidade de Fortaleza- CE.  Para o desenvolvimento do estudo, foi utilizado o caso clínico, sendo utilizado o histórico de Enfermagem para a coleta de dados. A partir dos dados coletados, tornou-se possível traçar os diagnósticos de Enfermagem, utilizando a taxonomia NANDA-I e elaborar as intervenções e resultados esperados, utilizando a Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) e da Classificação dos Resultados de Enfermagem. O protocolo do estudo seguiu as determinações da resolução 466/12 (BRASIL, 2012), do Conselho Nacional da Saúde, que trata dos aspectos éticos em pesquisas envolvendo seres humanos.  

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira etapa foi realizada a coleta de dados do paciente, 71 anos, masculino. Hipertenso e diabético. Nega alergias, tabagismo e etilismo. Deu entrada na unidade hospitalar com hemiplegia, confusão mental, dislalia e forte dor de cabeça. Após tomografia computadorizada e ressonância magnética foi confirmado AVE isquêmico. Atualmente no 10º dia de internação hospitalar paciente e familiares narram perda de peso e diminuição do apetite após a internação. Ao exame físico paciente encontra-se consciente, orientado no tempo e espaço, verbalizando com dificuldade e restrito ao leito no momento. Diurese presente e evacuação ausente há 10 dias.

Com a implementação da Assistência de Enfermagem foi possível identificar os seguintes diagnósticos: Mobilidade física prejudicada relacionada à alteração na função cognitiva e prejuízos neuromusculares; Comunicação Verbal Prejudicada relacionada a prejuízo no sistema nervoso central; Risco de Quedas tendo como fatores de risco alterações na função cognitiva e mobilidade prejudicada; Constipação relacionada à motilidade do trato gastrointestinal diminuída. Com base nos diagnósticos foram estabelecidos cuidados específicos de acordo com as necessidades da paciente, tais como: Controle da nutrição, planejamento da dieta, terapia com exercícios- controle muscular, promoção de exercício- treino para fortalecimento, melhora da comunicação: déficit da fala, redução da ansiedade, prevenção de quedas, e assistência no autocuidado: transferência.

Com a realização das intervenções os resultados esperados foram respectivamente: recuperar capacidade de caminhar de forma independente sem uso de dispositivo auxiliar; recuperar capacidade de manter o equilíbrio do corpo, melhora da comunicação, eliminação intestinal e hidratação. Com a implementação das atividades previamente estabelecidas foi observada uma significativa melhora do quadro clinico do paciente, evoluindo o mesmo com alta hospitalar.

CONCLUSÃO

A experiência proporcionou enriquecimento pessoal e profissional, pois foi possível constatar que o processo de enfermagem garante a autonomia do enfermeiro na assistência de saúde individualizada, centrada nas necessidades manifestadas pelo paciente. O processo de cuidar de pessoas com AVE visa à prevenção de sequelas decorrentes da isquemia e a recuperação da qualidade de vida destes. Conclui-se que o enfermeiro atua como um dos profissionais protagonistas no processo assistencialista e educacional.