LIDERANÇA COMO COMPETÊNCIA GERENCIAL NA ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM OBSTÉTRICA

LUANA SILVA DE SOUSA

Co-autores: MATEUS MOURA DA SILVA , RAÍSSA EMANUELLE MEDEIROS SOUTO , AMANDA FREITAS BRILHANTE , CINTHIA MARIA GOMES DA COSTA ESCOTO ESTECHE e DAFNE PAIVA RODRIGUES
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

INTRODUÇÃO
Na área da enfermagem obstétrica, o mercado de trabalho está exigindo cada vez mais que o profissional utilize ferramentas de gestão, como liderança, trabalho em equipe, tomada de decisão. Diante disso, torna-se indispensável atualização constante visando a assistência qualificada e o cuidado integral e seguro às parturientes.
Para tanto, o profissional precisa sair do comodismo e aventurar-se em novas ideias e perspectivas de trabalho, por meio do olhar crítico e reflexivo da sua prática (FERREIRA; DALL'AGNOLL; PORTO, 2016). O enfermeiro desenvolve, como uma de suas competências gerenciais, a liderança. Esta, quando embasada em conhecimentos e habilidades técnicas, administrativas e relacionais, fortalece as competências da equipe e gera segurança no desempenho das atividades (MAGALHÃES; DALL'AGNOL; MARCK, 2013).
A liderança, então, é uma competência gerencial indispensável na atuação do enfermeiro obstetra dentro do cenário de atuação multiprofissional e interdisciplinar.
OBJETIVO
Relatar a experiência vivida por residentes de enfermagem obstétrica utilizando a liderança como competência gerencial na atuação dentro da equipe multiprofissional.
METODOLOGIA
Trata-se de relato de experiência com abordagem qualitativa e descritiva, desenvolvido no Centro Obstétrico de maternidade referência de nível terciário, em Fortaleza/CE. O estudo foi realizado no período de março a setembro de 2017, durante as atividades de residência em enfermagem obstétrica da turma vigente de 2017 a 2019.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No cenário de atuação da maternidade em estudo, a liderança acontece por meio das estratégias planejadas em reuniões de colegiado gestor, do processo de tomada de decisão compartilhada, da educação permanente.
Além disso, a pesquisa baseada em evidências científicas faz parte do cotidiano desses profissionais e também possui papel relevante para demostrar os impactos das ações desenvolvidas. Pesquisadores afirmam que a prática baseada em evidências é uma tecnologia empreendedora no âmbito da saúde materno infantil, pois as evidências científicas devem nortear a prática clínica (ZAMBERLAN; ROCHA; BACKES, 2017).
Nesse contexto, a liderança do enfermeiro obstetra pode ser expressa por meio das pesquisas desenvolvidas pelos profissionais, do estabelecimento de políticas públicas, estratégias, gestão da rede de atenção. Na área da enfermagem obstétrica, existe a imprescindibilidade da articulação das ações - a rede de atenção e o desenvolvimento de parceiras. Além disso, a pesquisa também possui papel relevante para demostrar os impactos das ações desenvolvidas pela enfermagem e para alcançar o acesso universal da assistência à saúde, o que consequentemente resultará em maior valorização e reconhecimento da profissão (MENDES, 2016).
A liderança e a busca do conhecimento científico potencializam a autonomia do enfermeiro, a efetivação e coordenação da execução do trabalho (COPELLI et al., 2017).
A atuação do enfermeiro obstetra como líder envolve, ainda, o gerenciamento do cuidado. Este envolve um processo coletivo e sua implementação exige atuação em conjunto da equipe de enfermagem e de saúde a partir da escuta qualificada às demandas/necessidades dos usuários (SILVA; ASSIS; SANTOS, 2017).
Gerenciar o cuidado na maternidade relaciona-se com a organização do processo de trabalho e a divisão de tarefas entre a equipe para que haja o apoio contínuo à parturiente e, também, o cuidado indireto por meio das normas e rotinas do hospital. Assim, esta competência gerencial deve estar presente para o aprimoramento dos profissionais da maternidade e a qualidade da assistência.
CONCLUSÃO
A liderança fortalece e norteia outras competências da equipe e gera segurança no desempenho das tarefas. O enfermeiro obstetra que assume papel de líder promove a autonomia, o planejamento e a implementação das atividades, a tomada de decisão compartilhada, a percepção das fortalezas e das fraquezas a serem trabalhadas, o cuidado integral à parturiente e sua família, o que repercute diretamente na saúde organizacional da instituição e na segurança do paciente.
REFERÊNCIAS
COPELLI, F.H.S.; OLIVEIR, R.J.T.; SANTOS, J.L.G.; MAGALHÃES, A.L.P.; GREGÓRIO, V.R.P.; ERDMANN, A.L. Care management and nursing governance in a maternity ward: grounded theory. Rev Bras Enferm, v.70, n.6, p.1277-83, 2017.
FERREIRA, G. E.; DALL'AGNOL, C. M.; PORTO, A. R. Repercussões da proatividade no gerenciamento do cuidado: percepções de enfermeiros. Rev Escola Anna Nery, v.20, n.3, p.1414-8145, 2016.
MAGALHÃES, A.M.M.; DALL'AGNOL, C.M.; MARCK, P.B. Carga de trabalho da equipe de enfermagem e segurança do paciente - estudo com método misto na abordagem ecológica restaurativa. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v.21, 9 telas, 2013.
MENDES, I. A. C. Educação, liderança e parcerias: potencialidades da enfermagem para a cobertura universal de saúde. Revista Latino - Americana de Enfermagem, v.24, p.1-9, 2016.
SILVA, S.S.; ASSIS, M.M.A.; SANTOS, A.M. Enfermeira como protagonista do gerenciamento do cuidado na estratégia saúde da família: diferentes olhares analisadores. Texto Contexto Enferm, v.26, n.3, p.1-9, 2017.
ZAMBERLAN, C.; ROCHA, B.D.; BACKES, D.S. Capacitação para a prática baseada em evidências com residentes em enfermagem obstétrica. Investigação Qualitativa em Saúde, v.2, p.1471-1476, 2017.