A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NA VISITA DOMICILIAR A DEPENDENTES QUÍMICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

MICHELY DE PAULA CORREIA PINHO

Co-autores: SAMARA NUNES DE SOUZA , ELAINE DE SOUSA FALCÃO e ALBERTINA ANTONIELLY SYDNEY DE SOUSA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NA VISITA DOMICILIAR A DEPENDENTES QUÍMICOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

 

Michely de Paulo Correia Pinho 1

Samara Nunes de Souza   2

Elaine de Sousa Falcão³

Albertina Antonielly Sydney de Sousa4

 

EIXO 2: Saberes e Práticas de Enfermagem: Encontro nos Territórios

 

INTRODUÇÃO

O uso de substâncias psicoativas é considerado um hábito comum e milenar em muitas sociedades. No entanto, quando consumidas em excesso, tais substâncias acarretam riscos fisiológicos e sociais, além de levar o usuário à dependência química. Dentre as substâncias lícitas mais consumidas no Brasil, pode-se destacar o álcool, o qual elenca o contexto da dependência química, considerada como problema de saúde pública no País (MIGOTT 2008).

Atualmente, os Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) constituem um serviço de base comunitária que presta cuidados a usuários de substâncias psicoativas, assim como suporte à sua família, tendo a inclusão e a reabilitação social como os eixos que norteiam as ações de cuidado.

Um dos principais dispositivos utilizados para acompanhar essa rede social é a visita domiciliar, pois a partir dela pode-se ter o diagnóstico da realidade do indivíduo e de sua família. Nesse contexto, destaca-se a importância da abordagem do enfermeiro com o intuito de sensibilizar o usuário para o tratamento e assim apresentar suas possibilidades de atuação junto ao usuário e seus familiares (ANTUNES et al., 2012).

 

OBJETIVO

Relatar a importância da visita domiciliar realizada pelo enfermeiro no contexto da assistência de dependentes químicos, usuários de um CAPS ad.

 

METODOLOGIA

Trata-se de um relato de experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem em um CAPS ad na cidade de Fortaleza-CE, de maio a julho de 2017, durante as práticas da disciplina de Ensino Clínico VI prático (Saúde Mental) do curso de Enfermagem do Centro Universitário Estácio do Ceará. As visitas domiciliares eram realizadas uma vez por semana a usuários do serviço, que estavam ausentes no tratamento ou que tinham retornados a dependência das substancias.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As visitas das quais participamos foram realizadas por equipe composta pelo psicólogo e enfermeiro do CAPS ad. Tivemos a vivência de duas experiências com pacientes de realidades e desejos distintos. O primeiro paciente visitado era do sexo feminino, solteira, residia com os pais, mãe de três filhos, usuária de múltiplas drogas e se encontrava gestante no momento; a visita foi solicitada pela própria usuária.

O segundo paciente era do sexo masculino, solteiro, residia com a mãe, era usuário de álcool e outras drogas, sendo a visita solicitada pela mãe. Nas duas situações, a equipe foi bem recebida na residência dos usuários e as visitas foram realizadas com o intuito de conhecer melhor a realidade local, o estilo de vida dos pacientes e a frequência de uso das substâncias.

O paciente do sexo masculino relatou não tem o menor interesse em retorna as consultas e grupos terapêuticos, pois segundo o mesmo a sua situação  de dependente era o ideal,  enquanto que a de sexo feminino relatou necessidade de ser assistida por uma equipe multiprofissional, pois sentiu a vontade de deixar o vicio.

Isso facilitou a percepção da realidade da condução do tratamento, uma vez que foi visto o contexto cultural e familiar dos usuários. As informações foram apreendidas pelos profissionais e acadêmicos mediante relatos dos próprios usuários e de seus familiares, procedendo-se ao levantamento das necessidades individuais e melhor orientação do tratamento.

CONCLUSÃO

Concluímos com estas vivências que o enfermeiro tem papel relevante na visita domiciliar aos usuários de substâncias psicoativas, uma vez que ao conhecer in loco as diferentes realidades de vida, pode intervir de forma ativa em seus tratamentos, atuando como um elo efetivo entre o serviço e o usuário. Nesse contexto, o enfermeiro presta a assistência integral e individualizada, contribuindo para a reinserção do usuário na sociedade, além de atuar na importante perspectiva de promoção da saúde desta população.

 

REFERÊNCIAS

ANTUNES, B. et al.; Visita domiciliar no cuidado a usuários em um Centro de Atenção Psicossocial: Relato de Experiência. Ciênc. Cuid. Saúde., Rio Grande do Sul, v. 11, n. 3, Jul/Set. 2012.

MIGOTT A.M.B; Dependência Química: Problema Biológico, Psicológico ou Social? Mota LA. São Paulo: Paulus; (Coleção Questões Fundamentais da Saúde, 12). Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24 n. 3, Mar. 2008.