EIXO 6: ENFERMAGEM EM SAUDE DA MULHER
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a violência no Brasil passou a ser uma questão de saúde pública, incorporando no seu cotidiano uma questão de ampla complexidade uma vez que é considerado um fenômeno social que gera uma magnitude de sequelas orgânicas e emocionais que afetam não somente as vitimas, mas também os familiares e a sociedade.
Em face desse aumento global da violência, faz-se necessário o aperfeiçoamento da ciência forense, que neste contexto trata de uma ciência multidisciplinar por ser constituída de diversas áreas do conhecimento humano, cada uma com suas próprias práticas, técnicas e metodologias distintas.
Tendo em vista que a Enfermagem Forense é reconhecida pelo Conselho Federal de Enfermagem, através da Resolução 389/2011 e a Resolução 556/2017 que regulamenta a atividade do Enfermeiro Forense no Brasil, seu objetivo é interligar questões sociais e judiciais ao sistema de saúde.
Considerando que a vítima procura os serviços de saúde, na qual o primeiro contato da mesma, é com a equipe de enfermagem, é importante ressaltar que estes profissionais devem estar aptos a identificar e atuar de maneira ética e eficaz em qualquer suspeita ou confirmação de violência (GOMES, 2014).
A essência da prática da Enfermagem Forense esta voltada para a contribuição de uma assistência integralizada, sendo este capaz de desenvolver uma visão critica e minuciosa para detectar estes tipos de caso. Dentre as competências, tais profissionais deverão ser habilitados a aplicar conhecimentos e competências de Enfermagem na área forense, para investigação de situações de trauma, concomitante com o atendimento de emergência e apoio emocional às vitimas de crime violento; aplicação de Enfermagem aos processos judiciais; integrar os aspectos dos cuidados de saúde para a investigação cientifica e tratamento do trauma; utilizar as habilidades como perito nas investigações relacionadas ao trauma e violência; garantir a preservação e proteção de vestígios com relevância médico legal; abordar as situações que envolvam violência sexual; identificar e documentar lesões forenses e por fim, encaminhar e orientar a vitima de violência interpessoal para apoio psicológico, social e jurídico. Além do respeito ao sigilo profissional e a segurança de dados obtidos, onde na maioria das vezes são vitimas de violência sexual e doméstica.
Visando aprimorar os conhecimentos e por se tratar de uma especialidade nova na área da enfermagem, surge o interesse e principalmente a necessidade de disseminar no meio da seara acadêmica a temática através da criação das Ligas Acadêmicas de Enfermagem Forenses Estaduais vinculadas a Liga Nacional da Enfermagem Forense.
A Liga Nacional da Enfermagem Forense é uma associação civil e científica livre, de duração indeterminada, sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade de Brasília - DF, que visa complementar a formação acadêmica e científica no que se diz respeito aos conhecimentos forenses, por meio de atividades que atendam os princípios do tripé universitário de ensino, pesquisa e extensão, unificando todas as ligas brasileiras criadas no meio acadêmico.
OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo principal expandir os conhecimentos da Enfermagem Forense no Estado do Ceará, mostrando sua relevância através das ligas acadêmicas que terá o papel de ampliar as informações diante dessa nova especialização em parceria com o judiciário em prol da coletividade e da saúde pública.
METODOLOGIA
Realizou-se uma revisão de literatura nacional, optando-se por seguir etapas do modelo sistemático da produção científica. Primeiramente, o tema foi tido como questão norteadora para desenvoltura do trabalho.
Para o desenvolvimento deste trabalho, foram realizadas pesquisas em bases de dados, Scielo, LILACS, BVS e PUBMED utilizando artigos acadêmicos, a partir dos descritores: Enfermagem Forense; Violência; Enfermeiros.
Posteriormente, foi realizado a inclusão e exclusão da literatura, usando como critério de inclusão, disponibilidade livre e integra dos artigos, ter sido publicado entre os anos de 2011 e 2017. Foram excluídos os artigos que não atenderam os critérios acima estabelecidos e aqueles que não abordavam a temática da pesquisa de forma satisfatória.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o aumento da violência no mundo desencadeou a necessidade do preparo de profissionais da área da saúde na educação preventiva de violência interpessoal e detecção de sinais de vitimização (SILVA, 2009). Em face dos problemas em questão, Backer em seu discurso em 2012, relatou que a enfermagem vem ampliando cada vez mais seu campo de atuação, tanto no âmbito internacional como nacional, assumindo um papel importante nas decisões de saúde, identificando as dificuldades vivenciadas pela população.
Assim, enfermagem aos poucos começou a ganhar espaço na área forense, devido o seu amplo desempenho no cuidado individual e coletivo atuando em qualquer lugar onde existam pessoas em situação de violência sendo responsável por examinar, coletar evidencias e prestar cuidados a essas vitimas sempre com autonomia e capacidade (NERY et al.2014).
Desta forma, no âmbito da saúde a ciências forense permite que o enfermeiro realize uma abordagem de forma integral, ofertando cuidados que envolvam o corpo, o emocional, o espirito e a justiça. Devendo possuir competências que permitam reconhecer sinais que indiquem a origem criminosa e intervir adequadamente, pois se houver deficiências no momento de identificações e sinais, poderá prejudicar toda averiguação dos fatos por deixar de responder perguntas necessárias relacionada, com a violência sucedida (LYNCH,2011).
CONCLUSÃO
A Liga Nacional de Enfermagem Forense através dos coordenadores estaduais tenciona expandir conhecimentos para a sociedade e comunidade acadêmica.
Construindo espaço onde haja discursões do conhecimento prático e teórico de modo a fortalecer a relação e revelar a necessidade da Enfermagem Forense no contexto da saúde e no âmbito judicial que irá trabalhar lado a lado fazendo jus aos direitos e atendimento as vitimas oriundas dos diversos tipos tipo de violência.
Além do mais, buscam-se através do estudo as possíveis iniciativa asinstituições de educação acadêmicas ao estudo da área forense como apoio e de sensibilizar o âmbito da enfermagem para a importância dessa nova especialidade dentro da área da saúde.
REFERÊNCIAS
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem; Resolução 0556 de 25 de agosto de 2017. Competências da Enfermagem Forense. http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-05562017_54582.html; acesso em: 13 de abril de 2018.
BACKES, D.S; BACKES, M.S; ERDMANN, A.L; BÜSCHER, A. O papel Profissional do enfermeiro no Sistema Único de Saúde: da saúde comunitária à estratégia de saúde da família. Rio de Janeiro, Brasil Ciência & Saúde Coletiva,; vol. 17(1): 223-230, 2012. Acesso em: 08 de agosto de 2012.
GOMES, Albino. Enfermagem Forense v.1 .1 edição, Lisboa,2014 editora Lidel
LYNCH,V.A. Forensicnursing Science: Global strategies in healthand justice. Egyptian Journal of Forensic Sciences,v.1,n.2,p.69-76,jun.201.
NERY,T.P DE A.B.et. al Possibilidades de uma enfermagem forense em hospital de urgência. Revista Interdiciplinar,v.7,n.3,p.61-70,14 out.2014
SILVA, K.B; SILVA, R.C. Enfermagem Forense: uma especialidade a conhecer. CogitareEnferm. 2009 Jul/Set; 14(3):564-8. Disponível em: . Acessado em: 25 ago. 2012.