O PAPEL DA ENFERMAGEM NA SEGURANÇA DO PACIENTE NO AMBIENTE HOSPITALAR: REVISÃO DE LITERATURA

ANTONIA LARISSA MARTINS DE FARIAS

Co-autores: ANNELISE BEZERRA DE AGUIAR, SIMONE MARIA SANTOS LIMA e CARLA MONIQUE LOPES MOURÃO
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA SEGURANÇA DO PACIENTE NO AMBIENTE HOSPITALAR: REVISÃO DE LITERATURA

Antônia Larissa Martins de Farias 1

Annelise Bezerra de Aguiar²  

Simone Maria Santos Lima 2

Carla Monique Lopes Mourão 3

EIXO 8: SEGURANÇA DO PACIENTE

INTRODUÇÃO

A Segurança do Paciente (SP) está ligada à qualidade na assistência. Há metas internacionais destinadas a SP como: identificação correta do paciente, comunicação efetiva, segurança com medicamentos de alta vigilância, cirurgias com local de intervenção demarcado e paciente correto, redução do risco de infecção e de lesões ao paciente decorrente de quedas. O cuidado deve ser prestado minimizando a ocorrência de eventos adversos (EA), que causem danos ao paciente, aumentando o tempo de hospitalização e, gerando custos ao hospital. O EA é um incidente que resulta em dano não intencional decorrente da assistência e não relacionado à evolução natural da doença. A ocorrência de EA acarreta diversos problemas, desde estresse emocional a punições legais. Dessa forma a educação permanente (EP) é indispensável para melhoria dos serviços, sendo vista como um processo que impulsiona transformações na organização, propiciando capacitação, desenvolvimento pessoal e profissional. Diante do exposto e à importância da qualidade atrelada à prática assistencial segura, é relevante a pergunta norteadora: O que tem sido produzido na literatura brasileira sobre o papel da enfermagem na SP no ambiente hospitalar? Acredita-se que a enfermagem e toda a equipe multiprofissional possa contribuir para SP, através da produção científica acerca da temática. Justifica-se este estudo pela experiência hospitalar da autora deste construto, no qual se observa a necessidade de melhorias na assistência à saúde.

OBJETIVO

Averiguar o conhecimento produzido sobre o papel da enfermagem na segurança do paciente no ambiente hospitalar nos últimos anos.

METODOLOGIA

Estudo de revisão narrativa da literatura, caracterizado por ser amplo, partindo de uma temática mais aberta, apropriado para descrever e discutir o desenvolvimento ou o "estado da arte" de determinado assunto, tendo papel fundamental para a EP, pois permite ao leitor adquirir e atualizar conhecimentos sobre uma temática específica. Essa revisão obedeceu às seguintes etapas: identificação do tema, construção da questão norteadora, definição dos critérios de seleção da amostra, escolha das informações para extração nos artigos selecionados, pesquisa e teste dos descritores mais adequados para obtenção dos dados, realização da pesquisa e refinamento da amostra, avaliação dos artigos seguida de categorização e interpretação e apresentação dos resultados. A busca foi realizada nas bases de dados científicas SciELO (Scientific Electronic Library Online), BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) e BDENF (Bases de Dados em Enfermagem) entre os meses abril a maio de 2018, com os descritores Segurança do paciente, enfermagem e erro. O recorte temporal foi de artigos publicados de 2013 a 2017. Os critérios de inclusão foram artigos em português, com texto completo disponível em suporte eletrônico e publicado em periódicos nacionais. Os de exclusão foram teses, capítulos de livro, editoriais e anais de congressos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os temas SP e EA possibilitaram análise de 54 trabalhos, sendo apresentados em forma de tabelas.

Tabela 1: Distribuição dos estudos disponíveis na BVS 2013-2017, relacionada à temática SP e EA.

PERIÓDICO

2013

2014

2015

2016

2017

TOTAL

Rev. Foco

-

-

-

2

-

2

Rev. de Enf. e Atenção à Saúde

-

-

-

-

2

2

Rev. de Enf. UFI

-

-

-

1

1

2

Rev. de Enf. UFSM

-

1

1

1

-

3

Rev. Bahiana de Enf.

-

-

1

-

1

3

Revista SOBECC

-

-

1

-

1

3

Rev. de Enf. da UERJ

-

1

-

-

-

3

Rev. de Enf. do Centro Oeste Mineiro

-

-

1

-

-

3

Rev. Gaúcha de Enf.

2

-

-

3

5

10

Rev. Brasileira de Enf.

-

-

-

1

-

1

Rev. Texto e contexto em Enf.

-

-

-

1

1

2

Rev. Saúde e Sociedade

-

1

-

-

-

1

Rev. Escola Anna Nery

-

-

-

1

1

2

Caderno Saúde Pública

-

-

-

1

-

1

Rev. Escola de Enf. da USP

-

-

3

-

-

3

Acta Paulista de Enf.

-

1

-

1

-

1

Hu Revista

-

-

-

1

-

1

Rev. Bras. de promoção da saúde

-

-

-

1

-

1

Jornal Brasileiro de Enf.

-

-

-

-

1

1

Rev. Eletrônica de Enf.

-

-

-

2

1

3

Cogitare enfermagem

-

-

1

1

2

4

Ciência e Enfermagem

-

-

1

-

-

1

Ciência e saúde coletiva

1

-

-

-

-

1

Rev. Saúde e Debate

-

-

-

1

-

1

Revista da Associação Médica Brasileira

1

-

-

-

-

1

Rev de Enf. Referência

-

-

-

1

-

1

Rev Mineira de Enf.

-

1

1

-

-

2

 

A tabela 1 aponta que em 2016 houve maior produção sobre o tema SP com 19 estudos. A Revista Gaúcha de Enfermagem apresentou mais estudos sobre a temática, com 20 trabalhos entre os anos de 2013 a 2017. Outras revistas se destacaram, como: a Cogitare Enfermagem da UFPR, Revista de Enfermagem UFSM, Revista Eletrônica de Enfermagem, Revista Escola de Enfermagem da USP.

 Tabela 2: Distribuição dos estudos disponíveis na BVS 2013-2017, relacionada à temática SP e EA, segundo os tipos de abordagem.

METODOLOGIA

2013

2014

2015

2016

2017

Quantitativo

2

3

4

9

12

Estudos de revisão

1

-

-

4

2

Qualitativo

1

2

4

3

1

Documental

-

-

1

2

 

Estudo de caso/ relato de experiência

-

-

1

1

1

Total

4

5

10

19

16

 As pesquisas quantitativas foram superiores aos outros tipos de pesquisa, com 30 trabalhos, a qualitativa apresentou 11 trabalhos e a documental e estudo de caso apresentaram apenas três estudos durante os anos pesquisados, conforme tabela 2. O fato de a pesquisa quantitativa ser em número superior é compreensível, pois muitas instituições de saúde quantificam os EA e outros itens como indicadores da SP e do profissional. Na tabela 3, dentre as técnicas de coleta de dados, a mais utilizada foi o questionário, presentes em 14 estudos e a entrevista, em 04 pesquisas.

Tabela 3: Distribuição dos estudos disponíveis na BVS 2013-2017, relacionada à temática segurança do paciente e eventos adversos, segundo os métodos de coleta de dados.

 

TIPO DE COLETA DE DADOS

 

2013

 

2014

 

2015

 

2016

 

2017

 

Total

Método fotográfico

-

-

-

1

 

1

Questionário semi estruturado

-

1

1

7

5

14

Entrevista semi estruturada

-

1

1

-

2

4

Escala de Likert

-

-

-

-

-

-

Instrumento HSOPSC

-

-

-

2

-

2

Banco de dados

-

-

1

1

-

2

Documental

-

-

1

-

-

1

Check list

-

1

-

-

1

2

Não descreve

4

-

2

7

6

19

A abordagem qualitativa tem aumentado nos últimos anos, é amplamente narrativa, fundamentada em dados baseados na linguagem e comportamento. Nesse contexto, diversas tradições qualitativas surgiram com a teoria fundamentada em dados, fenomenologia, hermenêutica, etnografia, pós-moderna, teorias feministas, narrativas, entre vários outros. Cada metodologia é única e específica para coleta e análise de dados. A técnica mais utilizada na coleta de dados dos artigos foi à entrevista, sendo muito usada em trabalhos científicos.

CONCLUSÃO

O Brasil caminha para a melhoria na qualidade da assistência, prevenindo EA, reduzindo o tempo de internação e qualificando o profissional de saúde. A implementação de protocolos, padroniza o cuidado, sem comprometer a individualidade do paciente e dissemina o conhecimento, conscientizando o profissional sobre a importância de notificar.  Vale destacar que a notificação do EA não seja forma de punição e sim identificação do erro, para que não ocorra novamente.

REFERÊNCIAS

Tase, T.H., et al., Identificação do paciente nas organizações de saúde: uma reflexão emergente. 2013. Rev Gaúcha de Enferm., n. 34, v. 2, p. 196-200, 2013.  Disponível em: https://seer.ufrgs.br/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/36856/27281. Acesso em: 10 nov 2018.