INTRODUÇÃO:Nos dois últimos semestres do curso de graduação em Enfermagem ocorrem os estágios supervisionados,denominado na presente pesquisa como Internado. Este ocorre em hospitais gerais e especializados, ambulatórios, rede básica de serviços de saúde e comunidades, preferencialmente nos serviços públicos, correspondendo a 20% da carga horária do curso. Essa modalidade confere ao futuro enfermeiro a aptidão profissional para atender as demandas e necessidades de saúde prioritárias da população, conforme a realidade epidemiológica da região e do país de acordo com as políticas públicas vigentes. A permanência dos internos de enfermagem junto aos serviços de saúde no combate à COVID-19 produziu importantes experiências e vivências na integralidade do cuidado, na intervenção e prevenção da pandemia frente aos fatores de risco, bem como na promoção da saúde da comunidade.OBJETIVO:Relatar as experiências de estudantes de Enfermagem do Internato II na atenção terciária à saúde no cenário da pandemia de Coronavírus.METODOLOGIA:Trata-se de um relato de experiência de cunho descritivo e reflexivo sobre as vivências de três estudantes do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará (UECE), no contexto da pandemia de COVID-19. O Internato II foi desenvolvido no 9º semestre do curso, sendo realizado durante um período de 5 meses em campos hospitalares, perfazendo 43 créditos curriculares, compreendendo uma carga horária de 731 horas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diversos desafios foram enfrentados pelos estudantes, percebeu-se que os cenários de prática ainda não se readaptaram para acolher os alunos. A situação que se apresentava era de um cenário que estava passando por uma crise de EPI em um ambiente que é imprescindível seu uso e, sem proteção mínima, os estudantes se tornam potenciais vetores da doença e colocam em risco a própria saúde, de suas famílias e comunidade envolvida. No entanto, o acolhimento, as instruções e o apoio contínuo dado pelos enfermeiros preceptores dos campos de estágio e dos docentes supervisores, que fizeram nosso acompanhamento regularmente, foram essenciais para nos sentirmos mais seguros para evitar possíveis riscos de contaminação, conseguindo tirar o nosso melhor em meio às circunstâncias que se apresentavam durante o período do internato. Com isso, os internos nessa situação de incertezas e surpresas trabalharam diversos pontos positivos como comunicação, tomada de decisão, gerenciamento, criatividade, superação de desafios que ultrapassam as barreiras da sala de aula, acompanhado da importância, cuidado e respeito ao próximo, tanto aos profissionais de saúde, bem como aos pacientes que precisam de um olhar mais humanizado na assistência, tornando esse futuro profissional mais bem preparado para se inserir no mercado de trabalho. CONCLUSÃO: Os desafios enfrentados durante a rotina da assistência sempre existiram, mas de forma atípica a circunstâncias estabelecidas, tudo precisou se adaptar para melhor lidar com a pandemia de COVID-19. Assim, as dificuldades enfrentadas foram mais incisivas e agressivas, posto que as mudanças de protocolos, da dinâmica na assistência, junto ao temor de possível contaminação pela doença, geraram sentimento de impotência, medo e incertezas do cenário singular que se estabeleceu no mundo.