VIVÊNCIA MILITANTE COMO PRÁTICA EDUCATIVA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DA CONSTRUÇÃO DO FÓRUM ACADÊMICO DE SAÚDE DA UECE - FAS UECE
Caroline Batista Melo
Francisco Wagner Pereira Menezes
Maria Rocineide Ferreira da Silva
INTRODUÇÃO: O ato educativo, ou ato de educar, é entendido como processo que se dá na relação dialógica entre os homens, não se limitando à sala de aula da escola ou da universidade. Quando há restrição do ambiente e a transmissão de conhecimento emerge sem espaço para a reflexão, surge um processo de ensino-aprendizagem limitado ao qual denominamos de educação formal ou tradicional. No entanto, significa apenas uma das vertentes conceituais que se mostram numa infinidade de possibilidades no campo educacional. Nesse contexto, diversas práticas vivenciais surgem como potentes instrumentos de formação. Dentre elas, destacamos a prática militante, que ao proporcionar ao educando experiências múltiplas e desenvolvimento crítico e ideológico, surge como espaço propício de desenvolvimento profissional e humano. Esta é a esperança que se pode ter na educação. Despertar da ilusão de que todos os seus avanços e melhoras dependem apenas de seu desenvolvimento tecnológico. Acreditar que o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico que ensina na escola quanto no ato político que luta na rua por outro tipo de mundo (BRANDÂO 2007). OBJETIVO: Tem como objetivo relatar as significações da experiência militante de construção do Fórum Acadêmico de Saúde da Universidade Estadual do Ceará (FAS UECE). METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, vivenciada pelos autores como membro-fundadores do FAS UECE. O FAS consiste em espaço de articulação/organização do movimento estudantil da UECE em torno das pautas reformistas (reforma sanitária). O Fórum é formado por estudantes dos mais diversos cursos, com predominância daqueles ditos da área da saúde. Com relação à organicidade, o grupo conta com reuniões semanais, intercaladas em reuniões operativas e formativas. Nas reuniões operativas, são traçados os espaços e atos que os membros do grupo estarão construindo e participando. Já nas reuniões formativas, os membros do fórum trabalham a discussão de um determinado tema, que deve ser abordado por facilitadores estudantes, também membros do FAS, de modo a, além de promover o debate, proporcionar a cada um a experiência de ser responsável por promover a discussão acerca de um tema determinado, sempre com uma adequada aproximação com o curso ou prática daquele acadêmico. RESULTADOS: No decorrer das atividades o sentimento de se estar construindo um espaço de possibilidades dentro da universidade esteve presente, algo que tornou a caminhada mais leve. Os momentos de discussão reafirmavam a crença na potência daquele espaço e sua dialogicidade como instrumento de potencialização de uma formação critica. A consolidação do FAS UECE, demonstrada através da multiplicação de seus membros e público de seus espaços, reforçou o desejo de seguir na caminhada rumo a uma formação que traga em seu bojo as discussões que tanto influenciam o mundo do trabalho e da formação em saúde, mas que muitas vezes passam despercebidas perante nossos olhos. Caminhada rumo a uma formação mais política. CONCLUSÃO: Apresentamos, dessa forma, a experiência militante de construção do FAS UECE como prática que contribui na formação profissional e humana de seus membros, entendendo que a vivência dialógica proporcionada pela experiência potencializa a formação de profissionais e cidadãos comprometidos com a transformação da realidade, é, portanto, relevante no caminhar na trilha da formação dos autores e membros ali presentes, demonstrando o campo potente constituído pelas experiências que extrapolam o ensino aprisionado em salas de aula. Experiências como estas trazem para os que dela participam riquezas outras, para além das contidas no mundo seguro e cômodo dentre quatro paredes, portanto constitui riqueza diversa e potencialidade passiva de ser estudada e, sobretudo, vivenciada.
REFERÊNCIAS:
BRANDAO, Carlos Rodrigues. O que é educação. 48 reimpr. São Paulo: Brasiliense, 2006.