INTRODUÇÃO: A enfermagem durante seu processo de consolidação profissional e científica passou e ainda perpassa por diversas mudanças. Em vistas de uma formação anteriormente voltada para as práticas assistenciais, gerou-se um mito no pensamento popular da pouca cientificidade do trabalho prestado pelo enfermeiro. Com isso, percebeu-se a ânsia da incorporação de sistemas de investigação como forma de construção de um corpo de conhecimento que contemplassem necessidades e objetivos sobre temáticas fundamentais para a ciência do cuidado humano. O principal sistema incorporado para o aperfeiçoamento da formação em enfermagem foi a pesquisa cientifica. Segundo Erdmann (2010, p.27) "a pesquisa fortalece a enfermagem como área de conhecimento além de aumentar a produção cientifica da profissão, fazendo com que a mesma torne-se mais valorizada e reconhecida''. Esse reconhecimento trazido pelo aperfeiçoamento cientifico das práticas e saberes da enfermagem se dá através da pesquisa que contribui para uma maior valorização e desmistificação de alguns achismos quanto a profissão. Segundo Resende (2013,p.12) ''A principal importância da inserção do aluno de enfermagem no campo de pesquisa se dá pelo privilégio de ter uma formação mais completa e melhorada pois o diferenciam dos alunos que não participam destes programas.'' Na atualidade, os grupos de pesquisa atuam como locais propícios para que a busca por novas evidências cientificas e suas elucidações sejam uma descoberta cotidiana a contribuir para o aprimoramento da assistência de enfermagem. Estes grupos de pesquisas veem crescendo nos últimos anos devido a o reconhecimento do estudante quanto a importância de sua participação na pesquisa e também pela valorização do mesmo como pesquisador por meio das bolsas de Iniciação Cientifica (IC), que são fomentadas pelo governo brasileiro através Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). OBJETIVO: Relatar a experiência em um grupo de pesquisa sobre uma pesquisa com adultos jovens escolares para conhecer o estilo de vida destes escolares, subsidiando o trabalho do enfermeiro como educador em saúde. METODOLOGIA: Estudo descritivo, realizado em seis escolas de Fortaleza-Ceará de outubro de 2013 a setembro de 2014. Contou com participação de 216 adultos jovens escolares. RESULTADOS: Durante o processo de coleta notou-se uma carência de saberes, por partes dos estudantes, quanto aos assuntos relacionados a saúde. Verdadeiros leigos em relação a temática. Observamos a desatenção e o descuido quanto a saúde no momento em que fizemos a mensuração dos indicadores bioquímicos de glicemia e colesterol total da coleta, pois a maioria nunca havia feito tais exames e até mesmo de verificação da pressão arterial. Não sabendo muitas vezes nem a importância deles. Outro ponto observado foi o desconhecimento do jovem sobre os comportamentos de riscos e estilos de vida não saudáveis para a sua saúde como: a associação do álcool, cigarro e alimentação não balanceada; colesterol, pressão arterial e índice de massa corpórea aumentadas podem, ainda que na juventude, contribuir para o seu adoecimento cardiovascular e tais problemas não são doenças de pessoas com a idade mais avançada como a grande maioria pensava. Constatou-se que estas carências de orientações em saúde dentro das escolas durante o período em que se deu a coleta e posterior confirmação através da analise quantitativa desses resultados necessitava de uma intervenção com o intuito de prestar uma atenção e orientação demandada por esses estudantes. Diante destas circunstâncias, realizou-se um projeto de extensão, onde estudantes bolsistas de iniciação científica e de extensão, além de alguns mestrandos foram intervir nessas escolas como educadores e enfermeiros/acadêmicos de enfermagem possibilitando uma continuidade da pesquisa e contribuindo para a melhoria de suas formações e exercendo o papel de educador em saúde ao levar e repassar conhecimentos adquiridos e em formação continuada a esses estudantes. CONCLUSÃO: A detecção da carência de conhecimento dos jovens pesquisados através da percepção dos acadêmicos e do resultado da pesquisa sob orientação do líder do grupo de pesquisa possibilitou um retorno para sociedade, pois uma pesquisa fomentada por órgãos nacionais de pesquisa deve render um retorno para os indivíduos que participam dela e para a sociedade comum todo. Um dos maiores objetivos de uma pesquisa não deveria ser só o desfecho e documentação os dados coletados e analisados, mas o comprometimento dos pesquisadores em melhorar a realidade encontrada ou contribuir para tal. Pesquisar possibilita o acadêmico melhorar a sua formação, colocar em prática os seus conhecimentos adquiridos em sala a partir do momento em que ele busca estratégias de aplicabilidade de tais. Isso, estimula o bolsista de iniciação cientifica e de extensão a acreditar na pesquisa que faz e no que estuda com o retorno para sociedade e não a pesquisa por pesquisar. Dessa forma, os grupos de pesquisa devem trabalhar para além da construção de conhecimentos que se limitem a páginas de periódicos. As pesquisas da enfermagem devem beneficiar a população com intervenções que favoreçam ações de promoção da saúde e educação em saúde o que implicará em uma qualidade na pesquisa e formação do acadêmico dentro desses grupos e programas.Observa-se que a enfermagem no cenário das pesquisas vem enriquecendo a experiência profissional com uma qualificação de seus serviços baseados na pesquisa.