RISCO PARA ÚLCERA POR PRESSÃO NA PESSOA IDOSA: REVISÃO INTEGRATIVA INTRODUÇÃO: As úlceras por pressão (UPPs) são lesões cutâneas ou de partes moles, podendo se apresentar como superficiais ou profundas. São oriundas de um processo isquêmico e secundário a um aumento da pressão externa, a qual excede a pressão de perfusão tecidual. A pessoa idosa, em decorrência do processo de senescência da pele, torna-se vulnerável para desenvolver úlcera por pressão, especialmente, quando em condições de adoecimento que leva a imobilidade. Nesse caso, é necessário o acompanhamento e mensuração dos riscos, com vistas a planejar ações interventivas na prevenção e manutenção da integridade de pele. OBJETIVO: Conhecer a produção científica de enfermeiros publicadas em periódicos nacionais sobre os fatores de risco para ulcera por pressão na pessoa idosa. METODOLOGIA: Revisão integrativa, realizada em abril 2015, nas bases de dados LILACS, SCIELO, MEDLINE e BDENF. A pergunta norteadora do estudo foi: Quais as contribuições de estudos de enfermeiros publicados em periódicos sobre os riscos de úlcera por pressão em pessoa idosa com imobilidade? Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre 2010 e 2014, em português e inglês, na integra e os de exclusão foram estudos não disponíveis na íntegra e os não originais. Os descritores utilizados na busca foram: úlcera por pressão, fatores de risco, enfermagem e idoso. Foram identificados inicialmente 398 estudos para os descritores exatos previamente estabelecidos. No segundo momento, realizou-se o cruzamento dos descritores fatores de riscos e ulcera por pressão e idoso, identificou-se 210 artigos. Após a aplicação dos critérios, totalizaram-se 15 artigos para compor a amostra. Utilizou-se o instrumento adaptado de Ursi para a coleta de dados. RESULTADOS: Verificou-se em 06 artigos, os autores utilizaram a Escala de Braden, instrumento considerado preditivo para os riscos de UPP, no qual é avaliado e apontado numericamente os fatores de riscos para desenvolvimento de úlcera por pressão. Nos demais estudo, os fatores de risco mais evidenciados foram a imobilidade; quando o idoso permanece muito tempo acamado ou restrito ao leito/cadeira; nutrição inadequada ou pobre, mencionaram idosos em condições emagrecimento extremo e/ou obesos como os mais propensos a adquirir UPP. O primeiro devido ao turgor de pele diminuído pela falta do tecido adiposo e/ou desidratação e o segundo pela dificuldade de mobilização no leito em decorrência do excesso de pele e/ou desnutrição e desidratação, além das condições clinicas de cada pessoa idosa. Os estudos revelaram também que à idade avançada traduz-se como consequência uma pele mais fina, adelgaçada e ressecada com necessidade de atenção para manter a umidade. Chama a atenção, ainda, para o excesso de umidade que pode ocasionar danos ao tecido do idoso, em especial, aqueles em uso de fraldas. Além desses fatores, cita-se também as comorbidades, visto que a pessoas idosas possui, em geral, tem um adoecimento crônico como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca que contribuem para a evolução de lesões. Ainda, conforme os artigos selecionados, o ser humano, ao longo de seu desenvolvimento, sofre alterações pelo processo fisiológico com alterações musculoesquelética, da pele e tegumentos com isso ocorre a redução de espessura e elasticidade. Pode ocorrer, ainda, na pessoa idosa uma diminuição da eficiência dos sistemas respiratório, circulatório, sensorial e nutricional, comprometendo o fluxo sanguíneo, indicando-se como consequência a deficiente oxigenação, nutrição e hidratação dos tecidos favorecendo também a formação de UPP. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos sugerem que a escala de Braden é o instrumento mais utilizado pelos pesquisadores para identificar os fatores de riscos para úlcera por pressão, em idosos acamados durante a hospitalização. A detecção precoce desses fatores viabiliza o planejamento de intervenções preventivas seguras. Assim, os estudos contribuíram de diferentes modos para avaliar os fatores de riscos para UPP na pessoa idosa, os quais indicam a necessidade de avaliação criteriosa das condições clinicas da pessoa idosa associada a aplicação da escala de Braden como caminho para o enfermeiro efetivar as ações de cuidado preventivo a essa parcela populacional quando em situação de imobilidade. Referências: Freitas et al. Úlcera por pressão em idosos institucionalizados: Análise da prevalência e fatores de risco. Rev Gaúcha Enferm. Vol. 32, n.1, mar; pp.:143-50, 2011. Creutzberg et al. Fatores de risco para úlceras de pressão em idosos de Unidade de Terapia Intensiva. Enfermagem em Foco, vol 2, n.2, pp.133-136, 2011. Rogenski ,Noemi Marisa Brunet. Kurcgant, Paulina. Incidência de úlceras por pressão após a implementação de um protocolo de prevenção.Revista Latino-Am. Enfermagem, vol.20, n.2, mar-abr. 2012. Fernandes et al. Risco para úlcera por pressão em idosos hospitalizados: aplicação da escala de Waterlow. Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, vol.20, n. 1, jan/mar, 2012. Sanders , Lídia Samara de Castro; Pinto, Francisco José Maia. Ocorrência de úlcera por pressão em pacientes internados em um hospital público de fortaleza/ce. Rev. Min. Enferm.; vol.16, n.2, pp. 166-170, abr./jun., 2012. Santos et al. Indicador de qualidade assistencial úlcera por pressão: análise de prontuário e de notificação de incidente. Rev Gaúcha Enferm [online]. 2013, vol.34, n.1, pp. 111-118. Araújo MT, et al. Diagnósticos de enfermagem para pacientes em risco de desenvolver úlcera por pressão. Rev Bras Enferm, vol. 64, núm. 4, jul-ago, pp. 671-676, 2011.