PRÁTICAS HUMANIZADAS NO ATENDIMENTO À NUTRIZ EM BANCO DE LEITE HUMANO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Fernanda Azevedo de Oliveira1
Amália Silva Moraes2
July Grassiely de Oliveira Branco3
Marina Frota Lopes4
Fátima Luna Pinheiro Landim5
INTRODUÇÃO: A Humanização como política transversal configura-se como ato de troca de saberes, desenvolvido através do diálogo entre profissionais, usuários e familiares na produção de uma grupalidade que sustente ações coletivas transformadoras. Dentre estas práticas humanizadas ressaltamos a educação em saúde, que tem como base, o pensamento crítico sobre a realidade, o pensar em educação e saúde são formas de reunir e dispor recursos para intervir e transformar as condições objetivas, visando alcançar a saúde como um direito socialmente conquistado. Neste cenário a educação em saúde através dos grupos temáticos, e neste caso a amamentação, fortalece o empoderamento, socializando o conhecimento entre usuários, capacitando-as e incluindo socialmente. Neste contexto, as atividades humanizadas com intuito de estimular a amamentação devem ser fomentadas em todos os níveis de atenção à saúde, como uma forma de envolver, integrar e criar vínculos com toda equipe de saúde, no sentido de dar voz ativa as nutrizes, através do reforço dos conhecimentos presentes e auxiliando na construção de novos conceitos. OBJETIVO: Relatar as experiências vivenciadas durante práticas humanizadas realizadas como forma de educação em saúde com nutrizes que procuram o serviço de Banco de Leite Humano (BLH). METODOLOGIA: Estudo de abordagem crítico reflexivo, do tipo relato de experiência, ocorrido no período de janeiro a julho de 2014, em um BLH, de um hospital geral na cidade de Fortaleza/Ceará/Brasil. As práticas humanizadas foram usadas como ferramenta para favorecer o diálogo e a participação das nutrizes; e, por fim, contribuir coletivamente os conhecimentos que se voltassem para ajudá-las. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os encontros aconteceram durante seis meses, de segunda a sexta-feira no período matutino. Inicialmente, através de uma roda de conversa, foram percebidas a partir das falas das nutrizes, as dificuldades apresentadas no ato de amamentar, e que estaria relacionada à insegurança familiar, a falta de apoio e ajuda prática associado a multiplicidade de ações no domicílio, além do cuidado direto ao recém-nascido, tanto primíparas quanto multíparas. A partir dos relatos, foi recomendada a reflexão dos pontos apresentados por estas mulheres construindo em conjunto formas de minimizar desconfortos ocasionados. Estimulou-se a amamentação, neste momento, onde o acompanhante desta nutriz participava ativamente neste processo como ator principal desta prática, oferecendo apoio a esta mãe em um momento tão expressivo na vida de toda a família. CONCLUSÃO: Observou-se que as vivências maternas compartilhadas nas práticas humanizadas possibilitou a construção de uma relação bilateral, onde o diálogo gerado pelos profissionais, mãe e família, proporcionou a interação, na qual foi percebida a capacidade critica acerca dos fenômenos vivenciados durante a amamentação. Outro ponto registrado foi à necessidade da equipe de saúde de inserir os membros da família nas rodas de conversa, no intuito de conscientizá-los da importância do papel desempenhado por eles na reorganização da nova dinâmica familiar e no apoio ao aleitamento materno. REFERÊNCIAS: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: documento base para gestores e trabalhadores do SUS. 3.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. PEREIRA, Isabel Brasil et al. Educação em Saúde. In: PEREIRA, Isabel Brasil; LIMA, Julio César França. (orgs). Dicionário da Educação Profissional em Saúde. Rio de Janeiro: EPSJV, 2009.
Descritores: Aleitamento Materno; Humanização; Banco de Leite.