CONHECIMENTO DOS ADOLESCENTES ESCOLARES SOBRE CONTRACEPÇÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
CAROLINE MAGALHÃES DE ALCÂNTARA
CAROLINE BATISTA MELO
EYSLER GONÇALVES MAIA BRASIL
MARIA VERACI OLIVEIRA QUEIROZ
INTRODUÇÃO Muitas são as discussões sociais que envolvem a temática contracepção: como se utilizam os métodos contraceptivos, pois os indivíduos tem um acesso limitado a estas informações por ainda ser um tabu a discussão sobre eles (MACEDO et al., 2013). A promoção da saúde no ambiente escolar é de extrema importância, pois faz com que o adolescente tenha autonomia e faz com que ele reflita suas práticas e atitudes futuras (MATIAS et al., 2013). Acredita-se, portanto, que os serviços de saúde e a escola constituem o espaço de atenção e escuta para os jovens e as famílias isolados de uma rede de proteção e solidariedade, favorecendo que os adolescentes tenham práticas sexuais seguras. OBJETIVO Descrever as experiências vivenciadas na escola sobre contracepção. METODOLOGIA Para o desenvolvimento da presente experiência, realizada por acadêmicas de enfermagem da UECE, foram feitas atividades educativas numa escola municipal em Fortaleza - Ceará, durante os meses de outubro a dezembro de 2014. Foram dispostos dois dias para se trabalhar esta temática. No primeiro momento foi aplicado um questionário com 130 estudantes do 6º ao 9º ano, para saber o conhecimento dos adolescentes sobre contracepção. À medida que iam terminando foram deixados papéis a sua disposição para colocarem suas dúvidas a respeito de algo que tenha haver com a temática trabalhada e que no dia seguinte, as acadêmicas responderiam todas suas dúvidas. Depois foi feita a dinâmica: Mitos e verdades. Os alunos foram divididos em três grupos e para cada grupo foram entregues três envelopes, cada um contendo cinco perguntas, mitos ou verdades. Cada grupo perguntava ao outro e no final só restava um vencedor, que era agraciado com algum brinde. No segundo momento, foram respondidas todas as perguntas. Depois, à medida que os métodos iam sendo explanados, se iam explicando mitos e verdades sobre cada um, isso gerou uma construção de saberes. O referido projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética da UECE. A pesquisa foi realizada mediante parecer de aprovação desse Comitê, anuência formal dos representantes das instituições onde se deu a pesquisa e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes da pesquisa. RESULTADOS No primeiro momento, foi realizado o conhecimento dos sujeitos, aplicado um questionário e feita a dinâmica "Mitos e verdades". Em relação à dinâmica "Mitos e verdades", em quase todas as séries, a resposta foi errada quando foi perguntado se para uma maior segurança é correto o homem utilizar mais de um preservativo. Só em uma turma o grupo que selecionou a pergunta respondeu certo. Outra pergunta que foi muito discutida: os espermatozoides podem atravessar a calcinha e a mulher poderá engravidar? Duas, das quatro turmas respondeu que sim. Um garoto do oitavo ano disse "isso não é nem um parafuso para furar a calcinha e entrar". Percebe-se o desconhecimento da utilização e funcionamento dos métodos contraceptivos. No segundo momento, os alunos estavam mais interessados nas discussões, eles já se sentiram mais seguros e à vontade para tratar desta temática com as acadêmicas, a troca de conhecimento foi muito efetiva. Quando foi apresentado o preservativo masculino, um aluno demonstrou como ele o retirava, e ele ficou surpreso, pois não sabia que era com o pênis ereto "tia, mas ele cai logo, tem como ficar duro não". Esse mesmo jovem falou que após a relação, enchia o preservativo com água para saber se não tinha estourado. Percebe-se que no momento da troca de conhecimento, muitas eram as dúvidas dos jovens. CONCLUSÃO O conhecimento desses jovens sobre contracepção ainda está muito incipiente, muitas são suas dúvidas e é muito difícil eles recorrerem a um profissional ou familiar, pois ainda se tem muitos preconceitos em tratar esta temática. Logo, é de suma importância se trabalhar o mais precocemente possível sobre contracepção com os adolescentes para que eles sejam protagonistas do seu cuidado. REFERÊNCIAS MACEDO, S.R.H; MIRANDA, F.A.N.; JÚNIOR, J.M.P.; NÓBREGA, V.K.M . Adolescência e sexualidade: scripts sexuais a partir das representações sociais. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 66, n. 1, Feb. 2013 . MATIAS, E.O.; SOUSA, C.N.S.; NEVES, C.S.; CARNEIRO, J.L.; BRITO, L.M.S.; MELO, K.M. Adolesc. Saude, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p. 7-14, abr/jun 2013.