As independências americanas são consideradas como uma das maiores referências para se conceber e compreender o marco que introduz a consciência de um pensamento moderno marcado por uma nova ordem e vocabulário sociopolítico. Contudo, as emancipações desses Estados nacionais não necessariamente foram desenvolvidas de maneiras análogas ou paralelas, mas devemos ressaltar as influências e divergências que essas experiências proporcionaram ao serem aplicadas e relacionadas entre seus ideários políticos, principalmente por meio da imprensa que agiu como o próprio agente político desses processos. Para a compreensão desse trabalho propomos a princípio perceber a separação de representação e aplicabilidade sobre o pensamento moderno. Por isso, nosso embasamento compreende a modernidade mais como uma representação do que propriamente a realidade. Utilizaremos, nesse trabalho, os conceitos de Cultura Política e Nação para nos orientarmos e entendermos os ideários políticos nessa nova conjuntura. Por trás de qualquer trabalho que envolva a imprensa da primeira metade do Oitocentos, é necessário o entendimento da mesma como agente que se modula, e que também transforma o cotidiano sociopolítico de uma sociedade. Desse modo, levantaremos a capital importância e o entendimento de duas categorias centrais que entrelaçam esse meio difusor de ideias: a formação dos espaços públicos e o advento da opinião pública na América Ibérica.