Esse artigo parte de algumas produções intelectuais do escritor Herbert Daniel, dos seus romances autobiográficos " Passagem para o próximo", "Meu corpo daria um romance" e outros. A proposta do texto é problematizar o pensamento e compreender a atuação política, durante a década de 1980 e o início dos anos 1990, desse intelectual brasileiro que lutou tanto pela liberdade e a vida. Como a sua produção intelectual tem uma relação estreita com sua vida, através dos conceitos ascese, parrhesía, cuidado de si e amizade, é possível entendermos como Daniel passa a assumir um posicionamento político questionador e revelador do poder. Desmascarando o seu funcionamento que instituía e legitimava desde uma sexualidade normalizada a métodos de controle e de tratamento que corroboravam para a exclusão e a discriminação de indivíduos e grupos durante o alastramento do vírus da AIDS e a redemocratização do país.