A criação de municípios, emancipando territórios distritais à condição de unidades locais de governo, se constitui como uma prática política recorrente na história republicana. Nesse contexto, os anos de 1950 e 1960 se apresentam como aqueles em que essa iniciativa é mais destacável, vindo a ser exercida no Brasil como um todo. No caso da Paraíba, o número de seus municípios saltou de 41 para 171, sendo o crescimento mais expressivo do país, naquele período.
Este texto busca refletir sobre essa iniciativa emancipacionista vivenciada no estado, analisando a inserção de forças políticas tradicionais na ocupação dos postos locais de poder constituídos com a criação daquelas 130 municipalidades. Metodologicamente, investigamos os municípios cujos primeiros prefeitos haviam sido prefeitos dos municípios de origem, a partir dos quais os distritos emancipados se desmembraram. Trabalhamos com os documentos legislativos que regularam os processos de emancipação, disponíveis no Arquivo da Assembleia Legislativa estadual (ALPB), e com censos eleitorais, disponibilizados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PB).