Este artigo traça um panorama dos conflitos editoriais decorrentes da publicação do primeiro livro de Afonso Henriques de Lima Barreto, bem como os embates com a crítica que não recebeu positivamente a obra. O estudo das questões editoriais e das críticas ao livro Recordações do Escrivão Isaías Caminha é feito a partir das correspondências do autor, destrinchando nas cartas as condições que permitiram a publicação e a defesa crítica da obra. Para tanto foi estabelecido um diálogo com a teoria de Roger Chartier buscando elucidar os processos pertinentes à fabricação do livro enquanto materialidade, mesmo sem adentrar no problema do autor, elaborando em linhas gerais os papéis do editor e do autor na produção da obra a ser lida. Tal análise se faz imprescindível para compreensão do projeto literário do autor carioca e dos conflitos elencados pela sua literatura militante.