A transmissão do capital político, para homens e mulheres, através da herança familiar tem se constituído numa das características do campo político. É pelo casamento que muitas mulheres têm tido acesso a participação nos processos políticos eleitorais. Apesar da influência marital, muitas conseguem alçar voos próprios e imprimem sua identidade ao mandato. Outras, embora atuantes, nem sempre são reconhecidas como legítimas no cargo. Utilizamos narrativas autobiográficas de 20 prefeitas eleitas em 2012, na Paraíba, consideradas "herdeiras" de capital político marital, para fazer a análise buscando responder: Como as prefeitas "herdeiras" relatam sua experiência e entrada na política? Os resultados apontam que as "herdeiras" tanto possuem "facilidades" para o acesso à política, quanto dificuldades, uma vez que a influência do esposo na gestão e exercício do poder impedem seu desenvolvimento e legitimidade.