INFORMANDO E “ENFORMANDO”: REVISTA MARIA E O PROJETO DE LEITURAS, ESCRITAS E MILITÂNCIAS FEMININAS CATÓLICAS NO BRASIL (1913-1965).

MARIA LUCELIA DE ANDRADE

Co-autores: MARIA LUCELIA DE ANDRADE e FRANCISCO REGIS LOPES RAMOS
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Quando a Revista Maria surgiu, em 1913 na cidade de Olinda, Pernambuco, tinha um projeto específico: criar um laço identitário entre todas as associadas das Pia Uniões das Filhas de Maria espalhadas pelas as paróquias do Brasil. Antes mesmo da questão da imprensa dominar as discussões da intelectualidade católica, a revista já circulava nacionalmente, formando jovens católicas como leitoras e também como escritoras de uma literatura periódica católica que colocava em revista as inquietações contemporâneas. Não se resumindo a uma revista apologética, Maria discutia, partindo das posições da Igreja Católica, questões comportamentais e também políticas com as Filhas de Maria que, tal como a revista propunha, deveriam se transformar em educadoras da pátria, influenciando as escolhas dos homens ao seu redor, fossem eles seus pais, irmãos, alunos e futuramente, maridos e filhos. Partindo do pressuposto que como lembrava a revista "a mão que balança o berço é a mão que governa o mundo", o periódico, de periodicidade mensal, se destaca por sua longa duração. Suas edições punham em (re)vistas os assuntos que mexiam com o cotidiano do Brasil e do mundo. Por serem numerosas, e estarem espalhadas por todo o país, as Filhas de Maria se constituiriam num importante projeto de apoio para a Igreja, que com a ajuda de uma revista que informava e "enformava",  arregimentava essas jovens que deveriam militar em defesa das demandas da Igreja Católica na sociedade brasileira.  O recorte temporal da pesquisa inicia-se em 1913, ano de inicio da revista, até o ano de 1965, ano que marca o fim do Concílio do Vaticano II, que por sua vez será responsável por uma série de mudanças na Igreja Católica romanizada brasileira.