A FUNDAÇÃO DE SERVIÇO SOCIAL DE FORTALEZA E O PROGRAMA DE DESFAVELAMENTO: A POLÍTICA DE REMOÇÃO DE FAVELAS EM FORTALEZA, CEARÁ (1973-1980)

CRISTIANO RODRIGUES RABELO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

Esse trabalho busca refletir sobre as concepções e estudos para a implantação do programa de remoção de favelas na cidade de Fortaleza entre os anos de 1973 e 1980. Criada em 1963, sob o governo do General Murilo Borges, a Fundação de Serviço Social de Fortaleza (F.S.S.F.) teve como finalidade imediata planejar e executar serviços sociais, assistir aos desfavorecidos, combater a formação de favelas visando a qualificação da mão-de-obra, bem como o fomento à habitação própria. Porém, ganha notoriedade nos governos seguintes, a partir da superintendência da assistente social Aldaci Barbosa, convidada a assumir o cargo pelo Prefeito José Walter em 1967, devido sua ação no desenvolvimento comunitário no bairro do Pirambu. Durante sua permanência na Fundação foi responsável pela coordenação do Programa Integrado de Desfavelamento de Fortaleza. Projeto que visava deslocar famílias de regiões caras ao desenvolvimento da cidade para outros locais a serem criados e assistidos pelo órgão. Embora o programa buscasse uma solução para a problemática da moradia de pessoas desfavorecidas financeiramente, atendia também aos interesses de uma cidade que se expandia. No final da década de 1960 e na década de 1970, várias obras de desenvolvimento urbano vão ser realizadas em Fortaleza, como aberturas de novas vias, construção de shopping, Universidade, rodoviária. Essas transformações da cidade, além de gerar um apelo imobiliário por meio da especulação, vão tornar necessária a remoção de aglomerados urbanos que não atendia ao modelo urbanístico de desenvolvimento da capital. Foi assim que três conjuntos habitacionais foram constituídos, o Alvorada, no bairro Seis Bocas, Marechal Rondon, na Jurema e o Conjunto Palmeiras nas proximidades de Messejana.  Os dois primeiros foram experiências preliminares e serviram como base para aplicação e desenvolvimento do Plano. As experiências dos Conjuntos Habitacionais levaram a execução de uma série de ações integradas que iam desde aos estudos preliminares para entender os impactos das remoções, até a implantação de medidas de educação que visava um disciplinamento das populações que ali começaram a viver.