Ao longo do século XX, muitos foram os grupos e indivíduos que empreenderam mobilizações de cunho político e social, principalmente, no período que perpassa os anos cruéis e agitados da Ditadura Civil-Militar. Eclodiram movimentos de contestação ao golpe de Estado de 1964 não somente nos grandes centros do eixo Rio-São Paulo, mas, também, em cidades do interior. Este trabalho tem como diferencial destacar especificidades da Ditadura Civil-Militar a partir das ações de oposição ocorridas em Feira de Santana/BA, mais especificamente no que diz respeito à importância e atuação de um grupo de estudantes secundaristas entre os anos de 1963 e 1970. No tocante à literatura priorizada, lançamos mão de trabalhos da historiografia feirense sobre os anos investigados, bem como de importantes debates que discutem o caráter do regime militar. Também utilizaremos os depoimentos produzidos pela Comissão Estadual da Verdade das sessões de Feira de Santana, publicações de dois jornais locais entre as décadas de 1960 e 1970 (Folha do Norte e Gazeta do Povo) e um processo militar que investigou ações de resistência em Feira de Santana (Processo Militar 22/69). Destarte, buscamos discutir como uma pesquisa sobre resistência estudantil à Ditadura Civil-Militar no interior contribui com os estudos que pretenderam e ainda pretendem caracterizar o regime (1964-1985), estes, sob a gestão, o controle e a censura dos governos militares.