O século XX possibilitou transformações diversas dentro do conhecimento histórico. Elementos como a cultura, valores sociais, economia e política são apenas algumas das possibilidades de análise que a história passa a contemplar. Dentre estes, a política, enquanto dimensão histórica se constitui como o campo de estudo que mais sofreu transformações ao longo dos séculos XIX e XX. Em um primeiro momento apenas a política dos grandes Estados e grandes homens era considerado História, mas a partir do advento da Nova História Política, na década de 1980, reinventou-se a dimensão política na História, passando a trabalhar com várias formas de relações no seu estudo, inclusive o discurso. Destarte, nesta modalidade e o estudo da política no contexto historiográfico, o Populismo se enquadra como uma das possíveis manifestações de cultura política que podem ser objeto de estudo da História. A análise a partir do lulismo e como o mesmo consegue sintetizar e se utilizar de algumas variantes do Populismo se configura no objetivo deste artigo. Os referenciais teórico-metodológicos utilizados na elaboração deste trabalho foram, principalmente, Debert (1979), Barros (2009) e Singer (2012). Percebeu-se a partir da análise realizada que o lulismo incorpora algumas variantes do Populismo, estas sendo a participação, a justiça e a liderança autêntica enquanto espaço da política, principalmente a partir da identificação de Luís Inácio Lula da Silva com as massas, sua preocupação em zelar pelo Estado de Direito e por possibilitar a participação social em seu governo através de representantes da sociedade civil por meio de conselhos nacionais.