Este trabalho é fruto de minha pesquisa de mestrado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. As transformações recentes no mundo do trabalho não deixaram os sindicatos intactos. A Reestruturação produtiva iniciada na década de 1970 viabilizou grandes mudanças no modo de produção capitalista, afetando diretamente o trabalho. Logo, as entidades representativas dos sujeitos responsáveis pelo trabalho também sofreram com aquilo. No Brasil, país que frequentemente busca implementar reformas modernizantes a fim de se incluir na Mundialização do Capital, efetivou muitas reformas que mexeram com o seu mercado de trabalho. Tudo isso afetou diretamente os sindicatos no país; entidades que estiveram diretamente ligadas a movimentos de pressão da classe trabalhadora por mais direitos civis, políticos e sociais, principalmente a partir da década de 1980. Nesse sentido, este trabalho visa a analisar o processo de burocratização sindical - um dos principais fenômenos que marcaram aquelas entidades no período destacado - do sindicato APEOC, representante dos professores da rede estadual do Ceará, tendo como campo empírico a sua eleição ocorrida entre janeiro e fevereiro de 2015. Para tanto, foi realizada análise documental do estatuto da entidade e de ata de assembleia geral estatutária, além de publicações no site oficial do sindicato e de boletins informativos publicados pelo grupo de oposição que pleiteou concorrer à disputa eleitoral. Ademais, foi realizada revisão de literatura acerca do tema sindicalismo. Alguns resultados encontrados foram os seguintes: a entidade estudada vivencia intenso processo de burocratização sindical, visto que - além do fato de a atual direção pertencer ao mesmo grupo que está à frente do APEOC há quase 30 anos - os indivíduos que a controlam realizaram reforma estatutária sem a presença da base a fim de impedir que outros grupos pudessem disputá-la politicamente no pleito analisado, o que aponta para o apego dos sindicalistas ao sindicato.