Resumo: O objetivo deste artigo é o de contribuir significativamente na intervenção arquivística junto às correspondências confidenciais e dossiês. Com o intuito analisar quantitativamente as ações dos órgãos de vigilância dentro da unidade de ensino contra docentes, discentes e funcionários. Desde o golpe de 1964, o Estado vinha demonstrando preocupação com as atividades "subversivas" existentes dentro das Universidades, por isso manteve-se atento a todos os acontecimentos que ocorriam nas unidades de ensino superior. Por esse motivo, é possível perceber a intensa ação do Estado dentro das diversas instituições existentes no país, durante esse contexto. Entretanto só foram localizados na Escola Politécnica documentos confidenciais produzidos em 1967, como circulares, decretos e pedidos de qualificações. Apesar da intensa vigilância presente nas unidades de ensino, a inexistência de um órgão especial dificultava a ação do Estado. Com o interesse em ampliar a vigilância nas instituições de ensino, foram criadas as Assessorias Especiais de Segurança e Informação (AESI), no início da década de 1970. No final de 1972 foi instalada a AESI na UFBA. Nesse sentido, esse trabalho propõe levantar dados quantitativos dos indivíduos que, por motivos diversos, passam pelo crivo dos órgãos de vigilância. Como resultado desta pesquisa, as ações dos atores envolvidos foram reconstituídas na busca de uma compreensão dos fatos ocorridos na Escola Politécnica durante o período de atuação do Departamento de Polícia Federal, Delegacia de Furtos, Roubos e Fraudações e da Assessoria Especial de Segurança e Informação na UFBA. O estudo em andamento tem caráter exploratório e descritivo e analisará os dados obtidos a partir dos documentos mencionados por meio da abordagem sócio-histórica, com o intuito de relacionar os acontecimentos de forma que abranjam o contexto histórico no qual os sujeitos desta pesquisa estavam inseridos.