O BIPARTIDARISMO EM SOBRAL-CE EM TEMPOS DE EXCEÇÃO.

EDVANIR MAIA DA SILVEIRA

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O bipartidarismo imposto nos primeiros anos pós-golpe de 1964, de acordo com Maria Dalva Kinzo, tinha o propósito estratégico de montar um sistema partidário organizado em termos de apoio ou oposição ao governo, reunindo em uma única legenda todos os congressistas cujas tendências políticas fossem favoráveis ao regime, e num modesto partido de oposição as forças políticas restantes, como foi o caso da ARENA e do MDB, respectivamente. No Ceará não foi fácil adaptar essa fórmula as especificidades locais, a ARENA subdividiu-se em várias sublegendas, e embora tenha sido hegemônica na relação com o regime militar era constantes a migração de correligionários entre a ARENA e o MDB, o que significa que as legendas não representavam efetivamente o apoio ou a oposição ao governo. No município de Sobral, a ARENA subdividiu-se em três sublegendas e gozava de maior prestígio junto ao regime de exceção. O MDB, embora comportasse em seus quadros membros originários da esquerda não representava exatamente a oposição ao regime. O objetivo desta comunicação é discutir as ambiguidades que marcaram o sistema partidário em Sobral, na primeira década do regime militar.