Nas trilhas dos estudos sobre intelectuais, colocaremos as luzes da pesquisa histórica sobre Arnold Ferreira da Silva. Ele inicia-se na liturgia das letras como secretário do jornal "Folha do Norte" na sua fundação em 1909, tornando-se proprietário do mesmo em 1922. Escreveu neste periódico o Chronicando, Effigies e Bric-a Brac (colunas), editoriais e a Chrônica da vida feirense. Adotamos como recorte temporal o ano de 1909 quando saiu a sua primeira produção (Chronicando) e o ano de 1930 como o último de atuação política no parlamento local. Em 1924 Arnold foi intendente da pólis feirense, reelegendo-se até 1926. Entre 1928 e 1930 torna-se Conselheiro Municipal e presidente do Conselho, ocupou também a direção do Montepio dos artistas feirenses e Santa casa de Misericórdia, exerceu a função de orador e secretário das filarmônicas Vitória e 25 de março além de ter atuado enquanto rábula, membro de grêmio lítero-dramático e grupos de teatro.
Enquanto problemática, discutiremos qual a relação que as produções intelectuais de Arnold Silva possuíam com o projeto político de poder/progresso do grupo(s) dominante na referida urbe do período de 1909-1930. O que o caracteriza enquanto inicialmente membro do grupo dirigente da intelectualidade local e depois o que o insere em uma oligarquia política/econômica, e quais reflexos diretos o seu discurso intelectual e suas práticas políticas tiveram no quadro cultural/político da sociedade feirense.
As fontes são: Jornal Folha do Norte (1909-1930), Fotos da família Ferreira da Silva, Jornais: O Município (1893), O imparcial (1927) , O Correio de São Félix (1910) , Atas das Filarmônicas Vitória (1915-1930), 25 de Março (1920-1930) , relatório administrativo da Santa Casa de Misericórdia (1926-1930), Atas do Monte Pio dos Artistas Feirenses (1915-1920), processos crimes (1916-1917), Atas do Conselho Municipal (1928-1930). Utilizamos o aporte teórico de Norberto Bobbio para pensar o conceito de intelectual, as contribuições de Giovani Levi para discutirmos sobre trajetória e os estudos sobre imprensa (especialmente jornais) de Tânia Regina de Luca.