O objetivo geral desta pesquisa, desenvolvida no Programa de pós-graduação em História Regional e Local da Universidade do Estado da Bahia, é analisar a trajetória do jornalista Altamirando Requião (1893-1989) e a relevância de sua atuação, no cenário baiano, na defesa e legitimação do governo Getúlio Vargas (1930 a 1945). Requião cursou a Faculdade de Direito na capital da República. No jornalismo, foi redator, no Rio de Janeiro, de O País, da Gazeta de Notícias e do Jornal Moderno. Na Bahia, tornou-se proprietário do Diário de Notícias entre os anos de 1919 e 1939, e do jornal A Manhã. Em 1930, foi o primeiro presidente da Associação Baiana de imprensa, criada no mesmo ano. Na literatura, escreveu contos, poesias, ensaios, como, Consciência e Liberdade (1922), romances, como, Brutos e Titãs (1923), Os Rosais de Meu Amor (1925), Visões Fidalgas e Plebeias (1925), os ensaios Epístolas ao Sr. Vital (1929), Meditações e Confidências (1933), Análise Oportuna (1936) e O Baluarte (1940). Em 1941 foi eleito membro da Academia de Letras da Bahia. Voltando a publicar outras obras a partir de 1960. A comunicação a ser apresentada neste simpósio temático fará um recuo à década de 1920, com a finalidade de entender a trajetória intelectual da personagem. Como fonte principal, usou-se da Consciência e Liberdade, livro ensaísta publicado em 1922, contendo 16 capítulos. Um dos marcos de 1922 foi a comemoração do centenário da Independência, fato histórico esse capaz de criar um espirito de consciência entre os intelectuais. Um momento de reflexão para questionar se de fato o país havia se tornado livre. Inquirir, sobretudo, o que havia sido realizado em relação à construção de uma nação. Para intelectuais como Requião, a resposta não era animadora. Cabia-lhes, então, identificar os problemas existentes. A partir da investigação de Consciência e Liberdade, pretende-se compreender qual foi o diagnostico que Altamirando Requião fez da sociedade brasileira, em 1922, e quais os remédios recomendados para alcançar a liberdade da nação. Ainda, perceber como foram traçados os diálogos com outros intelectuais, a exemplo de Oliveira Viana, Euclides da Cunha e Mario Pinto Serva.