Apresenta-se uma pesquisa, oficializada pelo programa de pós graduação em história da Universidade Federal da Paraíba (PPGH/UFPB), sobre as "prisões preventivas" efetuadas pelos órgãos de segurança e informação após a implantação da ditadura civil-militar em Pernambuco no ano de 1964. Objetiva-se, principalmente, problematizar os motivos e justificativas destas detenções efetuadas tão logo se instituiu o regime. Neste trabalho, pretende-se compreender o contexto social dos anos 50 e 60 do século XX em Pernambuco; analisar a estruturação e o funcionamento das instituições responsáveis pela segurança e informação naquele período; dar evidência às trajetórias de vidas de anônimos que tiveram o cotidiano invadido pela ideia de normatização que o regime militar instituiu, os quais ao serem considerados "subsersivos" experimentaram o peso de um encarceramento militar; sondar as possíveis consequências destas prisões no quadro social e para os próprios indivíduos que suportaram a reclusão. Ao arriscar explorar situações tão complexas o estudo busca utilizar diversos métodos fornecidos pela Nova História, pretendendo a articulação de conceitos como cultura política, biopolítica e micro-história. As fontes utilizadas para compor a dissertação são, principalmente, os documentos do DOPS/PE, e os relatos orais de memória do CEHIBRA da Fundação Joaquim Nabuco e do Projeto Marcas da Memória. Sendo de interesse do estudo, ainda, conferir relevância aos múltiplos acervos documentais escritos, orais e visuais sobre o tema.