ENSINO DE MATEMÁTICA: ESTUDO SOBRE ALGUNS DOS ESQUEMAS MENTAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

MARIA OLÁVIA SAMPAIO EVARISTO

Co-autores: ANTÔNIO NIUVAN RODRIGUES DA COSTA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

 

1. INTRODUÇÃO

                                                                                                                                                                               

 

Na infância é importante, que as práticas na escola sejam propostas como uma brincadeira pela qual possua significado, favorecendo um sentimento confortável. Permitindo que a criança crie sua própria maneira de raciocinar e descobrir o mundo ao seu redor, estabelecendo um aprendizado agradável. Precisamos estar atentos para não tentarmos corrigir as estratégias da criança de forma autoritária, e sim de inteira compreensão ao seu desenvolvimento intelectual, afetivo e motor.

Assim, sabemos que é durante esse período do desenvolvimento que a criança possui entusiasmos em querer descobrir, criar ou inventar. Por isso, a importância do lúdico dentro das práticas do ensino da matemática para propiciar um ambiente agradável com aulas dinâmicas que possibilitem a espontaneidade para uma boa preparação social dos educandos no processo de ensino-aprendizagem.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas atividades propostas pelo  diagnóstico de esquemas mentais - DEM, proposto por Barguil, que tem como finalidade permitir que o professor identifique os esquemas mentais de uma criança de 4 ou 5 anos. Executamos uma atividade de pesquisa para a disciplina Ensino de Matemática com uma criança do sexo masculino, com idade de 5 anos.  Tínhamos como propósito o estudo sobre alguns dos esquemas mentais das crianças, cuja finalidade seria analisar e compreender como se da o desenvolvimento nessa faixa etária da educação infantil, possibilitando diversão sem a intenção de rotular.

Destarte é importante para o docente que está atuando ou vai atuar na educação infantil, sobretudo na disciplina de Matemática, conhecer a complexidade do pensamento lógico matemático da criança que é diferente do adulto. Assim sendo, lecionar Matemática tornou-se uma constante busca para promover uma aprendizagem prazerosa ao universo infantil e ao desprendimento de uma Matemática apenas do cálculo a mão.

Desse modo, o jogo desponta como uma metodologia favorável, pois ele proporciona a descoberta de si mesmo, e traz a possibilidade de experimentar, criar e de transformar o seu próprio mundo, nesse sentido Piaget alerta para a importância do jogo no processo de crescimento da criança, tanto no sentido pessoal como intelectual para isso Becker (1997), com base na teoria de Piaget afirma: É fácil vislumbrar o que isto significa para a aprendizagem. O esquema, generalização no plano da ação concreta, poderá mediante progressivas tomadas de consciência, tornar-se conceito, generalização no plano mental ou intelectual. Dos limites do real passa-se ao possível.

Por exposto observa-se que a Matemática é um conhecimento primordial para o desenvolvimento da criança, pois proporciona a construção do pensamento lógico, assim como ajuda na socialização, interação e curiosidade. Também ocorre um paralelo do cotidiano com o conhecimento sistematizado, com base em Lorenzato (2009) é essencial que a criança antes de estudar matemática no ambiente socioeducativo leve de casa os seus conhecimentos prévios da matemática do cotidiano, saberes esses que devem ser introduzidos ao conteúdo, pois facilitam assim o processo cognitivo.

 

 

2  METODOLOGIA

 

Trata-se de uma atividade de pesquisa, elaborado no contexto da disciplina Ensino de Matemática, do curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (UECE), em que utilizamos como base  metodológica a aplicação de um roteiro para diagnosticar esquemas mentais da criança elaborados pelo professor Paulo Meireles Barguil, sobre esquemas mentais, segundo Lorenzato (2006), são essenciais para propor atividades que permitam as crianças desenvolverem integralmente o pensamento matemático.

As atividades realizadas foram de comparação (estabelecer semelhanças ou diferenças), ordenação (ordenar seqüência conforme um critério) e classificação (separar em grupos de acordo com semelhanças ou diferenças). Exercícios que requerem uma aprendizagem integral para a criança, onde ela possa observar refletir e indagar. Fazendo as suposições, por meio dos seus pensamentos e sentimentos. 

A utilização desse tipo de metodologia, no âmbito da sala de aula utilizando a em conjunto as outras atividades que remetem a diversão, que tanto atraem o discente como também favorece a construção do conhecimento, tornando as atividades mais prazerosas ao mesmo tempo dando continuidade ao conteúdo trabalhado em sala de aula.

 

 

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

           Executamos as atividades diagnósticas com A. E. P. C, idade de 5 anos, sexo masculino. Preparamos um ambiente agradável e acolhedor, ele chegou por volta das 17h30min, solicitamos que aguardasse um instante. Depois organizamos o material sobre a cama para que o local ficasse mais aconchegante. Além disso, desejávamos uma boa gravação tanto de imagem como sonora.   Posteriormente explicamos como prosseguiríamos. A primeira atividade aplicada foi a atividade de comparação que tem o intuito identificar diferenças (discriminação visual) (LORENZATO, 2006, p.101- 102), atividade 1, onde perguntamos qual é a figura que é diferente das outras? Por quê? Em cada cartela, 4 figuras do mesmo objeto, sendo uma com alguma diferença em relação às outras 3, A. E. P.C conseguiu identificar a diferença, mas não soube explicar o porquê.

Colocamos todas as imagens sobre a cama e logo percebemos a espontaneidade da criança em contar, observar e realmente se divertir com a situação. Assim que a indagamos, logo respondeu qual imagem estava diferente das demais, no entanto, foi bem sincero no momento em questionamos o motivo da diferença, respondeu que não sabia.

A segunda atividade objetivava pôr em ordem os objetos de acordo com o tamanho (LORENZATO, 2006, p.114). Nessa ocasião requisitamos para ele organizar os objetos do maior para o menor ou do menor para o maior da maneira que ele julgasse correto. Os objetos eram representados pela a imagem de um sorvete em que a criança logo associou a imagem à outra coisa. Nesta atividade percebemos que ele ainda não conquistou o entendimento de ordem do que é maior e do é menor.

A terceira e última atividade que realizamos correspondia ao processo de classificação que tinha por finalidade classificar conforme características (LORENZATO, 2006, p. 110). Pergunta: Qual é a lógica da criança para formar grupos com os animais? Colocamos sobre a cama 9 cartelas com figuras de animais aéreos borboleta, coruja e passarinho.

Indagamos se ele conhecia todos os animais. Respondeu que sim e começou identificá-los e falando que moravam na floresta e que o mesmo já havia andado lá uma vez. Nesta atividade percebemos que A. E. P. C. soube identificá-los, no entanto, como a atividade era bem complexa para a sua idade ele tentou formar grupos com a mesma característica, ainda que de forma inconsciente conseguisse ordenar alguns animais corretamente.

 

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Com a realização desse diagnóstico compreendemos a responsabilidade ética que o docente precisa desenvolver para não rotular em hipótese alguma o desempenho das crianças no desenvolvimento desse perfil de atividades no ambiente escolar.

Compreendemos que aplicação deste roteiro ajuda o docente a conhecer e entender o desenvolvimento de alguns dos esquemas mentais das crianças, ensejando o planejamento de experiências que favoreçam o aprimoramento da prática pedagógica em razão da crescente complexificação dos mesmos. O professor necessita objetivar que a aplicação deste roteiro é investigar o universo infantil e não impor ou apresentar à criança a forma de pensar do adulto.

Salientamos que passar por essa experiência desde a confecção das atividades a sua aplicação foi imprescindível para conhecermos um pouco do pensamento lógico de uma criança. Visto que, foi um momento que agregamos a teoria com a prática. Com essa metodologia conhecermos o pensamento infantil.

 

 

5 REFERÊNCIAS

 

AGUIAR, João Serapião. Jogos para o ensino de conceitos: leitura e escrita na pré-escola. Campinas: Papirus, 1998.

BECKER, F. Da ação à operação. São Paulo: Palmarinca, 1997 http://seer.ufrgs.br/InfEducTeoriaPratica/article/viewFile/6275/3742

     LORENZATO, Sérgio. Que matemática ensinar no primeiro dos nove anos do ensino                    fundamental.17º COLE-Congresso de Leitura do Brasil. 2009. Acesso em: 26 abr. 2018.Roteiro do Diagnóstico dos Esquemas Mentais. Fortaleza. 2014. 06f.