FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA NA UECE: AS PISTAS QUE O CURRÍCULO PRESCRITO NOS DÁ

AUGUSTO RIDSON DE ARAÚJO MIRANDA

Co-autores: ANTONIO GERMANO MAGALHÃES JUNIOR
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Este artigo visa problematizar as propostas formativas prescritas pelo curso de História na UECE em Fortaleza, na perspectiva da análise documental. Para tanto, triangulamos os dados dos documentos do curso de História do campus analisado (o Projeto Pedagógico do curso - o de 2003, em vigor a partir de 2004.2 - e as ementas das disciplinas) com as proposições das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) dos cursos de História e das DCNs para os cursos de Formação de Professores. Interpretamos os dados com base na proposta metodológica de Minayo (2010), categorizando as propostas formativas do curso em torno de três eixos: concepção de historiador a ser formado; formação docente prescrita; práticas docentes prescritas. Entendemos a formação prescrita dentro de sua lógica curricular, discursivo-textual, reveladora de aspectos de realidade, dialogando com a concepção de Currículo Prescrito, de Pacheco (2006) e Silva (2009). Este estudo dialoga com os estudos em Formação Inicial (Gatti (2010) e outros); e, sobretudo, com os estudos em Formação dos professores de História (Fonseca, Do Couto (2008) e outros). Concluímos que há uma secundarização da formação docente diante de uma lógica de formação historiográfica, que é explícita nas ementas das disciplinas e até mesmo no PP do curso, mesmo se tratando de uma licenciatura, que por sua vez dialoga com a lógica prescrita das DCNs dos cursos de História e em discordância evidente com as DCNs para os cursos de Formação de Professores. Nosso estudo se justifica por buscar compreender elementos do currículo real do curso de História que não se ocultam nem mesmo no currículo prescrito, e assim suscitar reflexões acerca da formação docente em História no Ceará, que nos é entendida como prática social (FRANCO, 2010).