Problematizar os limites das práticas comuns de avaliação do ensino e aprendizagem pode proporcionar a concretização nas escolas de propostas de avaliação de fato humanizadoras, formativa e diagnóstica. Perrenoud (1999) e Luckesi (2008) são dois teóricos fundamentais no debate a respeito das avaliações, por trazerem as ideias de avaliação como forma de regulação das aprendizagens e como acolhimento, respectivamente. Ambas estas perspectivas endossam as críticas a modelos de avaliação meramente classificatórios e punitivos. No artigo Avaliação em questão: Perrenoud e Luckesi, de Sakamoto (2008), são elucidadas as afirmações de cada autor a respeito da necessidade de humanizar as práticas avaliativas em detrimento dos padrões de avaliação oitocentista que ainda lhes fundamentam. A fim de contribuir com a pesquisa, a formação e a prática docente, destacamos para refletir alguns aspectos importantes para transformar as práticas avaliativas escolares: em que medida a avaliação se insere no problema da divisão social em classes e na exploração consequente desta; e como ela tenta superar o problema da fragilidade da nota em medir o desempenho do aluno; por fim, qual a sua parte na construção de um sentimento pessoal de fracasso na formação da personalidade e dignidade do aluno. Nesse sentido, ao passo que observamos questões importantes levantadas no artigo, são feitas problematizações sobre as provas escolares comuns nas escolas em geral. Finalizaremos a reflexão destacando que as práticas comuns de avaliação do ensino e aprendizagem estão alheias a estes aspectos importantes de transformação, por estarem ainda sedimentadas em motivações de disciplinamento, obrigação, sanção e aprovação segundo o julgo de uma autoridade, conforme as motivações das Didática Magna e Ratio Studiorum.