O presente trabalho trata da nova estratégia do Banco Mundial na área de Educação para o decênio 2011-2020. Inicialmente é feita uma revisão sumária dos documentos oficiais daquela instituição para o referido setor, procurando-se salientar os aspectos que caracterizam seus respectivos contextos históricos e políticos. Segue o objeto deste trabalho, a análise de parte do relatório intitulado Learning for All: Investing in People´s Knowledge and Skills to Promote Development - World Bank Group Education Strategy 2020, contemplando alguns aspectos críticos de seu desenvolvimento, tais como seu amplo processo de consultas para a aprovação de sua versão final, com a participação dos interessados em mais de cem países, bem como o processo de construção de legitimidade do Banco Mundial no sentido de impor suas políticas educacionais de cariz neoliberal em toda a periferias capitalista. Privilegiando uma perspectiva economicista, com modelos matemáticos sofisticados, de "pureza epistemológica" e de "neutralidade axiológica", aquela instituição financeira procura, no documento em questão, fornecer dados estatísticos e empíricos seletivamente pinçados de experiências em mais de cento e oitenta paises onde atua, de modo a imprimir ares de "cientificidade" a suas conclusões e argumentações, aura que, ver-se-á, possui frágil sustentação quando se descobre as condições científicas, políticas e éticas nas quais são produzidos seus estudos, pesquisas e relatórios, sejam internos ou destinados ao público em geral. Sem o menor esboço de questionamento das causas estruturais do déficit educacional presente nos países periféricos, a estratégia elege precisamente o combate a essa deficiência como o objetivo primordial da atual política daquele banco para os próximos dez anos.