Este artigo objetivamos compreender os impasses existentes na aplicação da lei 10.63903 motivados por intolerâncias religiosas, que em sua maioria advém de adeptos de religiões cristãs. O ensino de História destaca-se por estar em sintonia, de acordo com os DCNs (Diretrizes Curriculares Nacionais), tanto nos níveis Fundamental como Médio, para desenvolver ações multiculturais em seu conteúdo. Nosso embasamento teórico discorre em (BITTENCOURT, 2007); (CERTEAU, 1996); (CUNHA JR.2009); (CÓRDOVA; SILVEIRA, 2009); (MUNANGA, 2005); (ALBERTI, 2013); (ROCHA, 2004); (FOUCAULT, 2002). Esta pesquisa tem caráter qualitativo e a metodologia utilizada é História Oral, onde realizamos, no ano de 2014, entrevistas com 08 professores do ensino de História de quatro escolas públicas da cidade de Fortaleza, no Ceará. Os dados e análise apresentados são os frutos iniciais de uma pesquisa de Mestrado em Educação da UFC. Os resultados parciais encontrados mostram que mesmo depois de 10 anos de implementação da lei 10.639/03, vemos que ainda há muito a ser feito, principalmente no tocante ao respeito às práticas culturais africanas, particularmente sua crença. Raízes de intolerância religiosa entre alunos e professores foram detectados e apontados como alarmantes. Acreditamos que o debate, a desmistificação do tema, a partir do ensino de História, relacionando aspectos religiosos, seus ganhos e perdas para a história da humanidade, colaboraria com este intuito, como também a formação e professores com maiores significações multicultuais.