A Educação Profissional no Estado do Ceará tornou-se alvo privilegiado de investimento, no que tange a política de educação estadual. O trabalho que ora apresentamos traz como proposta uma discussão acerca das práticas docentes que são adotadas pelos professores de Sociologia comparando duas realidades distintas: uma escola regular e uma escola profissional, atentando para os desafios que os docentes enfrentam para construir conhecimentos sociológicos no ambiente escolar. São inúmeras diferenças, por exemplo, relacionadas a carga horária, enquanto os alunos da escola regular tem em média 05 horas aula diárias, os alunos das escolas profissionais tem 10 horas aula, essa diferença na carga horária altera inclusive as relações e os vínculos que são construídos no ambiente escolar, não somente dos alunos entre si, mas também deles com os professores, além disso, temos o desgaste físico de uma jornada mais intensa de trabalho e atividades. Para fundamentar nossa discussão teórica, usamos autores como Durkheim (2009) que concebe a educação como um projeto que promove a coesão social, nos elevando a pensar acerca do lugar que a Sociologia ocupa na escola. Por outro lado Silva (2007) levanta questionamentos sobre as teorias dos currículos, colocando como principal objetivo deles, a decisão acerca do que deve ser ensinado e as reflexões que se fazem sobre os conteúdos que são importantes para a formação dos discentes. Nesse sentido podemos traçar um dialogo entre a real estruturação do currículo, ou como ele é pensado e o lugar da Sociologia no ensino regular e profissional. Os recursos metodológicos utilizados foram: a observação das aulas de Sociologia em duas escolas públicas na periferia de Fortaleza (uma de cada modalidade); entrevistas com os discentes e conversas com os docentes. Este trabalho faz parte de um projeto de pesquisa maior, que ainda não está completamente concluído, mas a partir do enfoque que damos para este trabalho já conseguimos perceber que mesmo com materiais didáticos iguais, encontramos diferenças com relação à execução das aulas, à conduta disciplinar dos alunos e o tempo em sala de aula são fatores contributivos. Além disso, temos o problema das contratações e concursos que impactam diretamente e diferentemente as condutas dos profissionais nas duas realidades.