Nascido na Freguesia de Maranguape no Estado do Ceará, Capistrano de Abreu desde jovem tinha na leitura um dos seus principais afazeres, gostando principalmente de obras ligadas à História Nacional. Em suas primeiras publicações buscou repensar a origem do mito nacional, utilizando-se da interdisciplinaridade e de princípios básicos da geografia, como a localização. Em "Caminhos Antigos e povoamento do Brasil", obra fruto de suas considerações à história, Capistrano trata sobre a geografia do Sertão. Outras características de sua fase de amadurecimento intelectual são a cronologia e a generalização características presentes no livro "Descobrimento do Brasil e seu desenvolvimento no século XVI", obra esta que analisa os antecedentes do "descobrimento do Brasil" na Europa. Gontijo revela que uma das principais correntes de pensamento vivenciadas por Abreu é a corrente Spenceriana. O positivismo aliado ao Cientificismo Darwinista é outra característica marcante antes de sua aproximação com a "elite intelectual". Ingressa no (IHGB) através da ajuda de autores de origem nordestina, debruçando-se sobre leituras de historiadores anteriores a ele. Diante da inúmera possibilidade de leituras e o grande acervo histórico e historiográfico presentes no IHGB formula suas primeiras críticas sobre a forma de produção da história Nacional, criticando diversos autores a ele anteriores, além de alguns de seu tempo. Diante das diversas leituras, fontes e as novas metodologias modifica profundamente seu métier, passando sua produção por uma fase de renascimento e de profunda transformação. Essa fase de renovação na forma de lidar, abordar, compreender e escrever enquadra-se com muita semelhança a corrente rankiana. Os Confrontos de fontes e de referências abrem um leque de possibilidades do autor ao se debruçar sobre a construção de uma "História Nacional". As profundas pesquisas, contraposições de fontes, críticas e pesquisas em arquivos fazem de Capistrano um dos mais concebidos historiadores nacionais. Vultuosas foram suas publicações que buscaram compreender as especificidades de temas como o indígena, o bandeirante e outros personagens e acontecimentos. As críticas procedentes durante o seu processo de pesquisa e após a sua morte sem deixar o que para muitos seria um verdadeiro "Almanaque da História brasileira", tiveram como principais argumentos e interrogações à capacidade de escrita e interpretação das fontes.