REPRESENTAÇÃO DA DITADURA NO FILME TATUAGEM: CENSURA E REPRESSÃO CONTRA O TEATRO E A SEXUALIDADE.

JOSE ROMÁRIO OLIVEIRA DA SILVA

Co-autores: (ORIENTADORA) MARIA VALDÊNIA DA SILVA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Durante o período da ditadura militar (1964-1985), o teatro brasileiro sofreu forte censura pelo poder opressor dominante. Apesar da repressão imposta, a produção teatral não pôde ser contida, surgindo estéticas como o Teatro do Oprimido, de Augusto Boal, e abordagens com protagonistas que emergiam de classes marginalizadas pela sociedade, como a operária e a camponesa, por exemplo. O filme Tatuagem, lançado em 2013, sob a direção de Hilton Lacerda, aborda, entre outros temas, a questão da repressão militar ao teatro e à sexualidade. A trama se passa em Recife, em 1978, (sete anos para o fim da ditadura militar). Clécio (Irandhir Santos) comanda um grupo teatral que se apresenta em um cabaré: o Chão de Estrelas. O grupo expõem performances relacionadas ao corpo e à sexualidade, também explora a política brasileira da época por meio de músicas e poemas críticos. Fininha (Jesuíta Barbosa), um jovem soldado, conhece e passa a se envolver com o grupo de teatro de Clécio, com quem vai se relacionar homoafetivamente. Apresenta-se um encontro dos dois mundos, o do militar envolvido com a ditadura e o mundo do cabaré e da arte que luta contra o regime ditatorial dominante. Este trabalho objetiva analisar, pela perspectiva da semântica e análise do discurso, as questões sobre repressão militar contra o teatro e grupos de minorias sociais abordados no filme Tatuagem, identificando de que forma essas questões são representadas na obra. Como fundamentação teórica, usaremos estudos de José Fiorin (2000), Mussalim e Bentes (2000) e Helena Brandão (2002).