Os livros contendo os Registros de Óbitos da Paróquia de Santo Antonio de Quixeramobim são fontes importantes em minha pesquisa sobre a epidemia de cólera nesta cidade nos anos de 1862 e 1863, pois possibilitam a compreensão da mudança dos locais de sepultamento mostram os costumes fúnebres, como local de sepultamento, cor da mortalha, recebimento de sacramentos, descrição social e física das vítimas, não podendo ser usados como registro fiel do número de mortos pela deficiência que havia na época na realização deste tipo de registro. Ainda colaboraram para o esclarecimento acerca da epidemia que ocorreu na mesma cidade nos anos de 1886 a 1887, cuja causa o historiador Ismael Pordeus atribuía também à cólera. A análise dos registros de óbito do período apontaram que a epidemia que estava vitimando os habitantes locais era de febres, partindo dessa informação passei a analisar ofícios redigidos pelo Presidente da Província e outros documentos e pude compreender o motivo que levou Ismael Pordeus a confundir esta informação, concluindo que a epidemia de cólera atingiu Quixeramobim apenas duas vezes no século XIX, em 1855, com menor intensidade, e em 1862 a 1863, deixando um saldo de 230 mortos. A metodologia utilizada na análise dos Livros de Óbitos contou com a elaboração de tabelas e o cruzamento com outras fontes para uma melhor compreensão das informações disponíveis.