O trabalho aqui apresentado pretende contribuir para o entendimento genético sistemático da religião e, constitui-se como recorte da pesquisa monográfica do primeiro autor, onde procuramos analisar a relação religião-educação-capitalismo. Compreender tal relação implica, como sugere Lukács (1982), que consideremos as etapas históricas do desenvolvimento dos complexos envolvidos. Dito isso, é importante o estudo ontológico das bases da religião, bem como seu processo evolutivo. Diante da crise profunda da sociabilidade burguesa, inquieta-nos a presença da religião dentro de um Estado laico e, pelo seu caráter transcendente e idealista, preocupa-nos sua relação com este Estado que prega o conformismo. Frente à tais problemas, temos como objetivo, entre outros, analisar a gênese do complexo religioso e esclarecer o seu vínculo com o modelo produtivo em geral. Nosso esforço tem - principalmente - como fundo teórico as investigações de Lukács (1982), em Estetica I: La peculiaridad de lo estetico, onde o húngaro esclarece sobre o reflexo mágico-primitivo e, nos Manuscritos econômicos filosóficos, de Marx (2006). Apoiamo-nos ainda nas análises sobre o mundo primitivo efetivadas por Taylor (1920) e Morgan (1877). Visando alcançar os objetivos, nossa investigação procede metodologicamente pelo onto método marxiano-lukacsiano, admitindo o concreto como soma de múltiplas determinações (MARX, 2010), sendo determinante para a criação das categorias abstratas o que o próprio objeto sugerir. Destarte, apesar de incompleta, temos como resultado que, a religião tem sua gênese no trabalho ontológico, inicialmente com características mágicas que paulatinamente desenvolve-se assumindo o perfil de religião tal qual conhecemos.